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Mastite é um processo inflamatório de um ou mais segmentos da mama (o mais comumente afetado é o quadrante superior esquerdo) que pode ou não progredir para uma infecção bacteriana. Ela ocorre mais comumente na segunda e terceira semanas após o parto e raramente após a 12ª semana. Inicialmente, há um aumento da pressão intraductal por estase do leite (um ducto bloqueado com frequência é o precursor da mastite), com consequente achatamento das células alveolares e formação de espaços entre as células. Por esse espaço passam alguns componentes do plasma para o leite (particularmente imunoproteínas e sódio) e do leite para o tecido intersticial, em especial citocinas, induzindo uma resposta inflamatória e, na maioria das vezes, envolvendo o tecido conjuntivo interlobular. O leite acumulado, a resposta inflamatória e o dano tecidual resultante favorecem a instalação da infecção, comumente pelo Staphylococcus (aureus e albus) e ocasionalmente pela Escherichia coli e Streptococcus, sendo as fissuras, na maioria das vezes, a porta de entrada da bactéria.
Qualquer fator que favoreça a estagnação do leite materno predispõe ao aparecimento de mastite, incluindo mamadas com horários regulares, redução súbita no número de mamadas, longo período de sono do bebê à noite, uso de chupetas ou mamadeiras, não esvaziamento completo das mamas, freio de língua curto, criança com sucção débil, produção excessiva de leite, separação entre mãe e bebê e desmame abrupto. A fadiga materna é tida como um facilitador para a instalação da mastite. As mulheres que já tiveram mastite na lactação atual ou em outras lactações são mais susceptíveis a desenvolver outras mastites, em função do rompimento da integridade da junção entre as células alveolares.
Na mastite, a parte afetada da mama encontra-se dolorosa, hiperemiada, edemaciada e quente. Quando há infecção, há manifestações sistêmicas importantes, como mal-estar, febre alta (acima de 38 ºC) e calafrios. Há um aumento dos níveis de sódio e cloreto no leite e uma diminuição dos níveis de lactose, o que deixa o leite mais salgado, podendo ser rejeitado pela criança. Geralmente, a mastite é unilateral, mas também pode ser bilateral.
Nem sempre é possível distinguir a mastite infecciosa da não-infecciosa apenas pelos sinais e sintomas. Sempre que possível, recomenda-se a contagem de células e de colônias no leite para um diagnóstico mais preciso. Uma amostra com mais de 106 leucócitos e mais que 103 bactérias por ml de leite caracterizam infecção; mais que 106 leucócitos e menos que 103 bactérias por ml, inflamação não-infecciosa; e menos que 106 leucócitos e menos que 103 bactérias por ml, apenas uma estase de leite. Sempre que possível, também, recomenda-se cultura do leite para determinar o microrganismo infectante, quando presente. Se a cultura não for viável como rotina, ela deve ser feita nas seguintes circunstâncias: não resposta ao tratamento com antibióticos, mastite recorrente, mastite adquirida em ambiente hospitalar e nos casos graves. A amostra do leite para cultura deve ser colhida com o mesmo rigor com que são colhidas outras amostras, como urina, por exemplo. Após lavagem da mama com água corrente e lavagem rigorosa das mãos com água e sabão, deve-se ordenhar o leite tendo cuidado para que o mamilo não toque no vidro de coleta, que deve estar esterilizado. Os primeiros 3 a 5 ml de leite devem ser descartados.
Sintomas da mastite da lactação
• Febre
• Área vermelha no seio, normalmente bem delimitada e endurecida.
• Seio quente e dolorido.
• Dor durante a amamentação (pode também ser causada por assaduras ou fissuras nos mamilos sem mastite)
Fatores de risco para o desenvolvimento da mastite
• Mastite em gravidez anterior.
• Mamilos dolorosos ou com rachaduras.
Fazer uso de somente uma posição para amamentar de forma que ambos os seios não se esvaziem por inteiro.
Prevenção
As medidas de prevenção são as mesmas do ingurgitamento mamário, do bloqueio de ductos lactíferos e das fissuras, bem como manejo precoce dessas intercorrências.
Tratamento
O componente mais importante do tratamento da mastite é o esvaziamento adequado da mama por meio da manutenção da amamentação e a retirada manual do leite após as mamadas, se necessário. Apesar da presença de bactérias no leite materno quando há mastite, a manutenção da amamentação está indicada por não oferecer riscos ao recém-nascido a termo sadio.
Antibioticoterapia está indicada na presença de um dos seguintes critérios:
(1) contagem de células e de colônias e cultura no leite indicativa de infecção; (2) sintomas graves desde o início do quadro; (3) fissura mamilar visível; e (4) não regressão dos sintomas após 12 a 24 horas da remoção efetiva do leite acumulado. Como o S. aureus é a bactéria mais frequentemente encontrada nas infecções, o antibiótico de escolha recai sobre os fármacos antiestafilocócicos (dicloxacilina, amoxacilina, cefalosporinas, clindamicina ou eritromicina), devendo ser instituído o mais precocemente possível e mantido por 10 a 14 dias. Além da antibioticoterapia e do esvaziamento completo da mama comprometida, fazem parte do tratamento: repouso da mãe (de preferência no leito), analgésicos ou antiinflamatórios nãoesteróides (como ibuprofeno) e líquidos abundantes. Compressas quentes antes das mamadas podem promover a drenagem do leite, e compressas frias após as mamadas ou nos intervalos podem aliviar os sintomas. Outras medidas úteis para minimizar o desconforto são iniciar a amamentação na mama não-afetada e usar um sutiã bem firme. Sendo a mastite uma situação muito dolorosa, com comprometimento do estado geral, suporte emocional deve sempre fazer parte do tratamento. Não havendo melhora em 48 horas, deve-se investigar a presença de abscesso mamário.
Fonte: Portal da Educação
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ResponderExcluirObrigada pela visita e comentário. Desejo muito sucesso.
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