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A presença do pai no método canguru um novo conceito

 

Fonte: Ebserh



No contexto da assistência neonatal, o Método Canguru (MC) se destaca como uma assistência humanizada no cenário da prematuridade, o qual ocorre quando a gestação é interrompida antes de completar 37ª semana do ciclo gestacional, bem como ocorre o nascimento de um prematuro com peso igual ou inferior a 2.500 gramas.

O número de bebês prematuros cresce anualmente. Em 2016, a Organização Mundial de Saúde (OMS) demonstrou que, dentre os nascidos-vivos nascidos vivos, aproximadamente 15 milhões de recém-nascidos foram prematuros, o que constitui um grave problema de saúde pública. Nesse mesmo ano, dados do Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF) demonstraram que, no Brasil, o número de óbitos infantis ocorridos no período neonatal foram 70%, e assim considerada a segunda causa de mortalidade.

Diante de expressivos indicadores que implicam na morbidade e mortalidade neonatal, o Método Canguru, por intermédio da Norma de Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso, visa humanizar e qualificar os cuidados neonatais. No Brasil, desde o ano de 1999, este método é considerado uma política pública de saúde, tendo a nomenclatura adaptada para Método Canguru. Esta modalidade assistencial surgiu previamente na Colômbia, no ano de 1979, como proposta de melhoria da qualidade de vida e diminuição da mortalidade dos bebês prematuros. A ausência de recursos materiais adequados para a assistência, motivou os pediatras da época a posicionarem os recém-nascidos sobre o tórax materno, inspirados no método marsupial das fêmeas que carregam os filhotes junto ao corpo até a sua maturação fisiológica.

A prática do Método Canguru é dividida em três etapas. Inicialmente ocorre na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), onde os pais e familiares são orientados a realizar pequenos toques na pele do recém-nascido, até que se sintam seguros em posicionar o filho sobre o tórax no contato pele a pele. Posteriormente, após atingir o peso necessário e estabilidade clínica, o prematuro é encaminhado para a segunda etapa na Unidade de Cuidados Intermediários Canguru (UCINCa). Neste ambiente, o bebê é acompanhado ininterruptamente pelos pais e familiares nos cuidados diários, os quais são estimulados a realizar o posicionamento o maior tempo que dispuserem. O bebê permanece em alojamento conjunto com a mãe até a sua alta hospitalar, para continuidade do contato pele a pele e dos cuidados específicos na terceira etapa do método.

Ao longo das etapas que contemplam o Método Canguru, a participação do pai e familiares é de suma importância e viabiliza a proposta de cuidados humanizados. A presença paterna é destacada pelas normas ministeriais brasileiras, pois igualmente à mãe, faz-se necessário introduzi-lo nos cuidados neonatais, tendo em vista a relevância da sua participação para os benefícios da tríade pai-mãe-filho. Apesar de os cuidados ao filho estarem atrelados historicamente à figura feminina, o papel do pai tem sido reconstruído na sociedade atual. No âmbito dos cuidados com o filho na estrutura familiar nuclear contemporânea, o homem tem se mostrado participativo em diversos aspectos na vida do filho, exercendo a coparentalidade sobre a saúde e bem-estar do filho prematuro. Evidências científicas demonstram que o cuidado compartilhado contribui significativamente no crescimento e desenvolvimento infantil em diversas fases da vida.

O cuidado com o filho no Método Canguru ainda constitui um desafio para o pai, fato este associado a fatores pessoais, sociais, culturais e institucionais. O afastamento necessário do filho prematuro nas primeiras etapas do Método Canguru, leva o pai a sentir medos e incertezas sobre sua evolução clínica; dúvidas relacionadas aos cuidados do filho prematuro e preocupações com a sobrevida do mesmo após a alta hospitalar. Somam-se à esses fatores, ao contingente de estudos ainda incipientes na literatura nacional e internacional sobre o envolvimento paterno nos cuidados ao filho prematuro.

A reflexão sobre a experiência do pai no método canguru visa auxiliar na compreensão sobre a eficácia da sua participação nos cuidados ao recém-nascido prematuro dados os benefícios que o método contempla, quais sejam: estabilidade térmica, respiratória e cardíaca; promoção ao crescimento e ao desenvolvimento; estímulo motor e cognitivo; redução do estresse e dor do recém-nascido; diminuição das chances de infecção nosocomial; e empoderamento do pai nos cuidados com o bebê prematuro. Nestas circunstâncias, o pai é considerado como um ser-em-situação, uma vez que se encontra no contexto específico direcionado ao filho em situação de prematuridade, em que o corpo encontra com o outro corpo, sendo este evidenciado pelo contato pele a pele.



Referência: Lopes, Thais Rosental Gabriel, Santos, Viviane Euzébia Pereira and Carvalho, Jovanka Bittencourt Leite de The presence of the father in the kangaroo method. Escola Anna Nery [online]. 2019, v. 23, n. 3 [Accessed 1 June 2022] , e20180370. Available from: <https://doi.org/10.1590/2177-9465-EAN-2018-0370>. Epub 16 May 2019. ISSN 2177-9465. https://doi.org/10.1590/2177-9465-EAN-2018-0370.

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