Fraturas

É uma interrupção na continuidade do osso. Constituem uma emergência traumato ortopédica que requer boa orientação de atendimento, calma e tranquilidade por parte de quem for socorrer e transporte adequado. Apresenta aparência geralmente deformante devido ao grau de deformação que podem impor à região afetada.
A fratura ocorre quando existe não solução de continuidade de um osso. Ocorre geralmente devido à queda, impacto ou movimento violento com esforço maior que o osso pode suportar.
O envelhecimento e determinadas doenças ósseas (osteoporose) aumentam o risco de fraturas, que podem ocorrer mesmo após traumatismos banais. Estas lesões são chamadas fraturas patológicas.
A fratura pode se dar por ação direta, por exemplo, um pontapé na perna, levando à fratura no local do golpe, ou por ação indireta, por exemplo, a queda em pé de uma altura considerável, ocorrendo fratura da parte inferior da coluna vertebral, isto é, o impacto foi transmitido através dos ossos da perna e bacia até a coluna vertebral. Ainda se pode dar por ação muscular, sendo, neste caso, a contração muscular com força suficiente para causar fratura.
Nos ambientes de trabalho a fratura pode ocorrer devido a quedas e movimentos bruscos do trabalhador, batidas contra objetos, ferramentas, equipamentos, assim como queda dos mesmos sobre o trabalhador; portanto pode ocorrer em qualquer ramo de atividade, ou durante o trajeto
residência-trabalho-residência.
A pessoa que for prestar os primeiros socorros deve ser muito hábil na avaliação e decisão da conduta a ser tomada nestes casos. Aqui, a dor do acidentado e as lesões secundárias resultantes do traumatismo são mais graves e perigosas do que nos outros casos de emergências ortopédicas. As sequelas nas fraturas podem ocorrer com maior probabilidade e gravidade. A imobilização deve ser cuidadosa; as lesões secundárias, atendidas com redobrada atenção, e o transporte para atendimento médico só poderá ser feito dentro de padrões rigorosos.

Suspeita-se de fratura ou lesões articulares quando houver:

1.Dor intensa no local e que aumente ao menor movimento.
2.Edema local.
3.Crepitação ao movimentar (som parecido com o amassar de papel).
4.Hematoma (rompimento de vasos, com acúmulo de sangue no local) ou equimose (mancha de coloração azulada na pele e que aparece horas após a fratura).
5.Paralisia (lesão de nervos).
Antes de descrevermos as condutas básicas do primeiro socorro em fraturas, vamos conhecer os tipos de fraturas mais comuns.

Classificação

As fraturas podem se classificadas de acordo com sua exteriorização e com a lesão no osso afetado.

Fratura Fechada ou Interna

São as fraturas nas quais os ossos quebrados permanecem no interior do membro sem perfurar a pele. Poderá, entretanto romper um vaso sanguíneo ou cortar um nervo.

Fratura Aberta ou Exposta

São as fraturas em que os ossos quebrados saem do lugar, rompendo a pele e deixando exposta uma de suas partes, que pode ser produzida pelos próprios fragmentos ósseos ou por objetos penetrantes.
Este tipo de fratura pode causar infecções.

Fratura em Fissura

São aquelas em que as bordas ósseas ainda estão muito próximas, como se fosse uma rachadura ou fenda.

Fratura em Galho Verde

É a fratura incompleta que atravessa apenas uma parte do osso.
São fraturas geralmente com pequeno desvio e que não exigem redução; quando exigem, é feita com o alinhamento do eixo dos ossos. Sua ocorrência mais comum é em crianças e nos antebraços (punho).

Fratura Completa

É a fratura na qual o osso sofre descontinuidade total.

Fratura Cominutiva

É a fratura que ocorre com a quebra do osso em três ou mais fragmentos.

Fratura Impactada

É quando as partes quebradas do osso permanecem comprimidas entre si, interpenetrando-se.

Fratura Espiral

É quando o traço de fratura encontra-se ao redor e através do osso. Estas fraturas são decorrentes de lesões que ocorrem com uma torção.

Fratura Oblíqua

É quando o traço de fratura lesa o osso diagonalmente.



Fratura Transversa
É quando o traço de fratura atravessa o osso numa linha mais ou menos reta.

O indivíduo que sofre uma fratura apresenta dor, que aumenta com o toque ou os movimentos, incapacidade funcional (impossibilidade de fazer movimentos) na região atingida, acentuada impotência funcional da extremidade ou das articulações adjacentes à lesão; inchaço, alteração da cor da área afetada; presença ou não de pulso no membro atingido, pode haver, ainda, fragmentos de ossos expostos e angulação ou curvatura anormal da região afetada. A pessoa que está atendendo não deve esperar deparar com todo este quadro, em todos os casos; encontrando duas destas características, já há uma forte suspeita.

Primeiros Socorros

• Observar o estado geral do acidentado, procurando lesões mais graves com ferimento e hemorragia.
• Acalmar o acidentado, pois ele fica apreensivo e entra em pânico.
• Ficar atento para prevenir o choque hipovolêmico.
• Controlar eventual hemorragia e cuidar de qualquer ferimento, com curativo, antes de proceder a imobilização do membro afetado.
• Imobilizar o membro, procurando colocá-lo na posição que for menos dolorosa para o acidentado, o mais naturalmente possível. É importante salientar que imobilizar significa tirar os movimentos das juntas acima e abaixo da lesão.
• Trabalhar com muita delicadeza e cuidado. Toda atenção é pouca; os menores erros podem gerar sequelas irreversíveis.
• Usar talas, caso seja necessário. As talas irão auxiliar na sustentação do membro atingido.
­ As talas têm que ser de tamanho suficiente para ultrapassar as articulações acima e abaixo da fratura.
­ Para improvisar uma tala pode-se usar qualquer material rígido ou semi-rígido como: tábua, madeira, papelão, revista enrolada ou jornal grosso dobrado.
­ O membro atingido deve ser acolchoado com panos limpos, camadas de algodão ou gaze, procurando sempre localizar os pontos de pressão e desconforto.
­ Prender as talas com ataduras ou tiras de pano, apertá-las o suficiente para imobilizar a área, com o devido cuidado para não provocar insuficiência circulatória.
­ Fixar em pelo menos quatro pontos: acima e abaixo das articulações e acima e abaixo da fratura.

Sob nenhuma justificativa deve-se tentar recolocar o osso fraturado de volta no seu eixo. As manobras de redução de qualquer tipo de fratura só podem ser feitas por pessoal médico especializado. Ao imobilizar um membro que não pôde voltar ao seu lugar natural, não forçar seu retorno.
A imobilização deve ser feita dentro dos limites do conforto e da dor do acidentado.
• Não deslocar, remover ou transportar o acidentado de fratura, antes de ter a parte afetada imobilizada corretamente. A única exceção a ser feita é para os casos em que o acidentado corre perigo iminente de vida. Mas, mesmo nestes casos, é necessário manter a calma, promover uma rápida e precisa análise da situação, e realizar a remoção provisória com o máximo de cuidado possível, atentando para as partes do acidentado com suspeita de lesões traumato ortopédicas.
• Providenciar o atendimento especializado o mais rápido possível.
• Fraturas expostas requerem cuidados extra.
­ Ficar atento para o controle de hemorragia arterial.
­ Não tentar jamais recolocar o osso exposto de volta para o seu lugar.
­ Limpar o ferimento provocado pela exposição do osso.
­ Colocar um curativo seco e fixá-lo com bandagens.
­ Não tocar no osso exposto.
­ Manter o acidentado em repouso, tranquilizando-o, enquanto se procede à imobilização da mesma maneira que se faz para os casos de fratura fechada.

20 Comentários

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  1. Adorei esse texto,porque agora eu já sei como lidar com esse tipo de situação que é bem mais comum do que se imagina e também gostei da forma que foi escrita não tão muito técnica como nos livros de enfermagem...e os termos técnicos foram "traduzidos" para termos "populares" muito bom mesmo!
    Fabiana Freires Fortaleza-Ceará

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  2. Fabiana, agradeço imensamente sua visita e comentário, voc~e não imagina a felicidade que proporcionou.
    abraços

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  3. Anônimo22/9/11

    os cuidados de enfermagem são o mesmo para todas as fraturas ou não

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  4. Sim, respeitando as peculiaridades de cada paciente.

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  5. Anônimo27/2/12

    pessoas ha que mesmo com fraturas fazem muito esforços. como podemos ajudar essas pessoas?

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  6. Anônimo5/3/12

    Boa noite,gostaria de saber quem é o responsavel pelo o blog,pois tenho que fazer um trabalho e citar na na bibliografia,gostei do conteúdo.

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  7. Anônimo4/4/12

    amei só faltou a bibliografia!

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  8. Anônimo3/1/13

    muito bom

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  9. Anônimo18/1/13

    adorei o blog foltou a bibliografia.

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  10. Anônimo2/2/13

    muito bom, bem explicado de maneira fácil para ser entendido!

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  11. Anônimo8/3/13

    muito legal obrigado vai me ajudar muito num trabalho

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  12. Anônimo11/3/13

    Boa noite,gostaria de saber quem é o responsavel pelo o blog,pois tenho que fazer um trabalho e citar na na bibliografia,gostei do conteúdo.

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  13. Anônimo20/5/13

    muito interessante

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  14. Anônimo1/10/13

    Bastante interessante!!!

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  15. Anônimo16/12/13

    otima explicação...me deixou mas claro,que aula do meu professor de ortopedia!
    abraços Susana

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  16. Anônimo15/3/14

    muito bom, bem resumido e bem explicado...parabéns!!!

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  17. Mto bom, mas preciso da bibliografia.

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  18. Muito bom, mas é necessário a bibliografia.

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  19. Boa tarde, tive uma fratura de calcâneo e procuro informações e troca de vivência com quem já passou por isso..e ajudem agda1000@gmail.com

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