O objetivo da oxigenioterapia é fornecer substrato para o organismo atender às necessidades metabólicas do metabolismo celular. Na prática, a quantidade de oxigênio oferecida deve ser a mínima necessária para manter a PaO² entre 50 e 80mmHg, e/ou a saturação de hemoglobina entre 90 a 95%. Clinicamente não podemos dizer se há hiperoxia, estado danoso para recém-nascidos. Uma vez conseguida a estabilização, devemos sempre colher uma gasometria arterial, para verificação dos níveis de PaO², PCO² e pH do sangue. A ausência de acidose arterial nos indica que o metabolismo celular está adequado.
A forma de administração de oxigênio varia de acordo com a gravidade do caso.
Existem basicamente três formas:
Oxigênio em capacete (Hood);
Oxigênio com pressão positiva-CPAP;
Oxigênio com ventilação mecânica.
Oxigênio em Capacete (Hood)
Utiliza-se um capacete de oxigênio para concentrar este elemento num espaço menor, geralmente em torno da cabeça do RN. Oxigênio administrado desta forma permite manutenção adequada da FiO² (fração de oxigênio do ar inspirado). Para atingir uma determinada FiO² podemos misturar oxigênio com ar comprimido ou utilizar um misturador. Para a mistura dos dois gases, podemos utilizar a tabela I:
Fórmula para cálculo da mistura de ar e oxigênio
O oxigênio deve ser administrado umidificado e aquecido. Para tanto existem no mercado umidificadores elétricos com regulagem automática de temperatura. Na ausência destes, devemos utilizar os umidificadores tradicionais.
Oxigênio sob Pressão Positiva (CPAP)
Nos últimos anos o uso do CPAP nasal tem recebido grande interesse, pela sua eficácia e facilidade de uso. O termo CPAP, apesar de ser uma abreviação do inglês, se difundiu em nosso meio, e significa Continuous Positive Airway Pressure (Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas-PPCVA). Consiste em se administrar uma mistura de oxigênio em concentração conhecida com fluxo de 8 litros por minuto através de uma peça nasal, sendo que a via expiratória da peça nasal é conectada a uma borracha e colocada em selo d'água (5cmH²O - altura da coluna de água).
Devemos assegurar sempre que o fluxo de ar do circuito seja adequado, verificando o borbulhar no frasco do selo d'água.
Este sistema produz pressão positiva contínua nas vias aéreas além de possibilitar a administração de oxigênio. Oferece grandes vantagens sobre a administração simples de oxigênio:
Melhora a expansibilidade pulmonar;
Diminui o esforço respiratório;
Minimiza a atelectasia pulmonar.
Oxigênio com Ventilação Mecânica
Quando o RN desenvolve insuficiência respiratória, com incapacidade de manter uma PaO² ou PCO² adequadas, ou apresenta apneias repetidas, está indicada a intubação traqueal para iniciar ventilação mecânica.
Critérios gasométricos para indicação de intubação:
PaO² abaixo de 50 mmHg em FiO² 0.6 e/ou
PCO² acima de 60 mmHg.
Na maioria das vezes a indicação de ventilação mecânica no RN se dá por hipoxemia e acidose. Nos recém-nascidos de baixo peso (menor 2.500 g) ou de muito baixo peso (menor1.500 g) com maior frequência a indicação é por apneia.
Fonte: Ministério da Saúde