Alterações respiratórias
Dispneia;
Alterações na amplitude, frequência,
ritmo e padrão respiratórios;
Respiração paradoxal;
Alterações de ausculta
pulmonar, incluindo a presença de roncos, sibilos e estertores pulmonares ou a
ausência de murmúrio vesicular.
Alterações hemodinâmicas
Taquicardia ou bradicardia;
Arritmias cardíacas;
Hipotensão ou hipertensão.
Alterações neurológicas
Agitação;
Cefaleia;
Tremores;
Alucinações;
Convulsões.
Alterações gerais
Sudorese;
Cianose;
Uso da musculatura
acessória.
Manifestações gasométricas da insuficiência respiratória que podem indicar ventilação mecânica
Pressão arterial de oxigênio
(PaO²) reduzida (< 40-50mmHg em ar ambiente);
Pressão arterial de gás
carbônico (PaCO²) elevada (> 50-60mmHg);
Acidose respiratória (pH
< 7,25-7,35);
Relação PaO²/FiO² (fração
inspirada de oxigênio) reduzida (< 200-300);
Gradiente alvéolo-arterial
aumentado (> 350-450 com 100% de oxigênio);
Fração de Shunt Aumentada
(> 20-25%).
Manifestações ventilatórias da insuficiência respiratória que podem indicar ventilação mecânica
Frequência respiratória alta
(≥ 35 movimentos por minuto);
Volume corrente reduzido
(< 5ml/kg);
Capacidade vital reduzida
(< 10-15ml/kg);
Volume expirado forçado no 1º
segundo reduzido (< 10ml/kg);
Ventilação voluntária máxima
reduzida (< 20L/min ou < 2 vezes capacidade vital);
Pressão inspiratória máxima
reduzida (< -20 a -30cmH²O);
Espaço morto aumentado (>
60%).
Indicações de ventilação mecânica
A ventilação mecânica é
indicada quando se deseja diminuir o trabalho respiratório, além de corrigir
hipoxemia ou acidose respiratória grave. Ventilação mecânica, em geral, costuma
ser indicada em:
IRA, incluindo lesão
pulmonar aguda (LPA) ou síndrome da angústia respiratória aguda (SARA);
IRA secundária à insuficiência
cardíaca, pneumonia, sepse e asma;
IRA secundária a complicações
cirúrgicas e trauma;
Exacerbações de insuficiência
respiratória crônica, como descompensação de doença pulmonar obstrutiva crônica
(DPOC);
Parada respiratória e
cardiorrespiratória;
Coma e doenças
neuromusculares.
Na maioria destas situações
indica-se VMI, embora, em alguns casos, quando o paciente está cooperativo do
ponto de vista neurológico e estável do ponto de vista hemodinâmico, seja
possível tentar ventilação mecânica não-invasiva (VMNI).
As indicações para VMNI incluem, principalmente:
DPOC descompensado com
acidose respiratória (pH de 7,25-7,35);
Insuficiência respiratória
hipercápnica secundária à deformidade torácica ou doenças neuromusculares;
Edema pulmonar cardiogênico;
Apneia do sono;
Alguns casos de insuficiência
respiratória hipóxica, desde que o material para VMI esteja prontamente
disponível;
Desmame da intubação
traqueal.
No entanto, existem contraindicações
para o uso da VMNI; situações em que os pacientes devem ser ventilados com VMI.
Estas contraindicações incluem:
Parada respiratória e
cardiorrespiratória;
Paciente em estado muito
grave, com necessidade de elevadas concentrações de oxigênio e risco de parada
cardiorrespiratória;
Instabilidade hemodinâmica e
presença de arritmias graves;
Síndrome coronariana aguda
grave;
Necessidade de proteção de
via aérea e alto risco de aspiração;
Paciente em coma, não-cooperativo
e/ou com necessidade de sedação;
Trauma de face grave ou
cirurgia facial recente;
Cirurgia de via aérea alta
ou de via digestiva alta recente;
Não-adaptação às máscaras de
VMNI;
Obesidade extrema;
As principais indicações de VMI na IRA ou em exacerbações de insuficiência respiratória crônica incluem:
Apneia ou parada respiratória
ou cardiorrespiratória iminentes;
IRA hipoxêmica com a presença
de:
• dificuldade respiratória
intensa;
• frequência respiratória
alta;
• hipoxemia persistente
apesar da oferta de altos fluxos de oxigênio;
• instabilidade
cardiovascular aguda associada;
• comprometimento do estado
mental com sonolência importante;
• incapacidade de proteção
de via aérea;
• falha ou contra-indicação
à VMNI.
Exacerbação de DPOC com a
presença de:
• dispneia intensa com o uso
de musculatura acessória e movimentação abdominal paradoxal;
• frequência respiratória
alta;
• hipoxemia grave e
persistente;
• acidose e hipercapnia graves;
• comprometimento do estado
mental com sonolência importante;
• incapacidade de proteção
de via aérea;
• complicações
cardiovasculares (hipotensão, choque, insuficiência cardíaca);
• secreções abundantes e
viscosas;
• outras complicações
(anormalidades metabólicas graves, pneumonia grave, sepse, embolia pulmonar
grave, barotrauma, derrame pleural maciço);
• falha ou contraindicação à
VMNI.
Insuficiência ventilatória aguda das doenças neuromusculares com a presença de:
• acidose respiratória grave
por retenção de CO2;
• decréscimo progressivo da
capacidade vital;
• decréscimo progressivo da
pressão inspiratória máxima.