O cuidado de enfermagem a
pacientes em uso de balão intra-aórtico envolve um corpo de conhecimentos que
vai desde o cuidado com equipamentos, o domínio do fisiológico, até o reconhecimento
das necessidades psicoespirituais afetadas.
Para atender e cuidar de um
paciente com Balão Intra-Aórtico a enfermeira deve conhecer os princípios de
assepsia, anatomia, fisiologia cardiovascular, monitorização hemodinâmica e bomba
de contrapulsação.
A equipe de enfermagem é de
extrema importância para o cuidado e a recuperação destes pacientes e que, por
ser um suporte circulatório que exige uma assistência complexa, torna-se
necessário a educação permanente no sentido de atualizar e capacitar estes
profissionais.
O balão intra-aórtico é um
dos dispositivos de assistência ventricular mais utilizados em terapia
intensiva. Esse dispositivo consiste de um cateter com um balão na sua
extremidade distal, que é posicionado na aorta torácica descendente,
imediatamente na porção distal doponto onde se origina a artéria subclávia
esquerda (SILVA, 2007).
A contrapulsação, oferecida
pelo balão intra-aórtico (BIA), produz efeitos hemodinâmicos que beneficiam o
rendimento cardíaco de forma significativa. Esses efeitos são devidos ao aumento
da oferta de oxigênio ao miocárdio e conseqüente melhora da perfusão
diastólica, bem como pela redução no consumo de oxigênio, devida à redução na
pós-carga ventricular esquerda (SILVA, 2007).
Diante do exposto, para atender
e cuidar de um paciente com BIA a enfermeira deve conhecer os princípios de
assepsia, anatomia, fisiologia cardiovascular, monitorização hemodinâmica e bomba
de contrapulsação (GALLEGO LÓPEZ et al, 2003).
Os pacientes em uso de Balão
Intra-Aórtico (BIA) necessitam de cuidados de enfermagem especializados. Estes
envolvem um corpo de conhecimentos que vai desde os equipamentos, o fisiológico
do paciente, até o reconhecimento das necessidades psicoespirituais afetadas.
Para isto, torna-se
necessário dispensar cuidados específicos que envolvem desde a higiene, proteção
da pele, comunicação e apoio emocional, analgesia, troca de fixação, até o transporte.
Além disso, poderão existir outras atribuições para a equipe enfermagem que variam
conforme a rotina da organização de saúde. Desse modo, padronizar a assistência
deenfermagem à pacientes em uso deste dispositivo é importante para permitir um
atendimento seguro e adequado às necessidades dos pacientes e com isso, reduzir
a possibilidade de complicações (SAMPAIO, 2007).
Indicações do balão intra-aórtico
Atualmente as grandes
indicações para o uso do balão intra-aórtico são choque cardiogênico e/ou
falência ventricular esquerda de diferentes etiologias e angina refrataria a
altas doses de nitratos. Pode também ser usado em pré, intra e pós-operatório
de cirurgias cardíacas, havendo também indicações para pacientes que aguardam
transplante cardíaco, falência cardiovascular induzida por drogas, choque
séptico e oclusão da artéria relacionado ao IAM nas primeiras 24h (SOUZA;
GUAREZI, 2004).
Função do enfermeiro
A função do enfermeiro
inicia-se antes do procedimento, quando o enfermeiro explica ao paciente e a
família à finalidade do procedimento, o papel do paciente após a inserção e o
cuidado após a implantação.
Dentre as intervenções e
observações destacam-se: explicar ao paciente seu papel durante a inserção do
BIA; preparar o material; posicioná-lo adequadamente no leito; proporcionar suporte
ao paciente e a equipe médica; garantir um bom traçado eletrocardiográfico;
atentar para possíveis complicações da técnica de inserção (dissecção aórtica e
perfuração arterial); atentar para isquemia de membros inferiores (verificação
da pulsação); atentar para sinais de embolia, infecção, sangramento, dor e
trombocitopenia; prestar manutenção de um suporte circulatório seguro e
efetivo; atentar para trombos no sítio de punção; Imobilidade do cateter-balão,
dentre outras (NETTO; BARBOSA, 2010).
Diversos são os casos
relatados de melhoras significativas com o emprego do BIA, método que parece
ser promissor em reduzir a elevada mortalidade que acompanha o choque cardiogênico.
Segundo (CINTRA, 2003) vale destacar que o suporte humano ao paciente e a família
deve ocupar lugar de destaque no planejamento das intervenções de enfermagem.
A equipe de enfermagem deve
empenhar-se em estabelecer uma relação de confiança com o paciente e sua
família, esclarecendo dúvidas quanto aos equipamentos e cuidados, com o objetivo
de diminuir a ansiedade e transmitir segurança (DREYER; ZUNIGÃ, 2001).
A enfermeira deve estar
atenta para qualquer alteração do estado clínico do paciente que sugira a
evidência de um choque cardiogênico. Os sinais iniciais de choque cardiogênico somente
podem ser detectados através de uma boa e repetida observação à beira de leito
e quando ocorrerem, a enfermeira deve agir imediatamente iniciando a
terapêutica de apoio (MELTZER, 2001).
Segundo CINTRA (2003) a
orientação do paciente quanto a importância do relato de qualquer sintoma que
venha a apresentar durante a inserção ou manutenção do BIA é fundamental para colaborar
na detecção precoce de possíveis complicações.
Inicialmente o enfermeiro deve estar atento à montagem do procedimento para a instalação do BIA
- Verificando resultados
laboratoriais de Coagulograma, Plaquetas, Hemograma;
- Certificando-se da
monitorização do paciente e estabilidade dos sinais vitais;
- Checar o funcionamento da
bomba, não esquecendo a integridade do torpedo de gás Hélio (dispondo sempre de
torpedo reserva);
- Preparo do kit transdutor
de pressão, montando com SF 0,9 % com 1 ml de Heparina (prevenindo a coagulação
do sistema e cateter);
- Iniciar o preparo do
paciente, posicionando–o em decúbito dorsal, realizando tricotomia na região
inguinal bilateral;
- Manter carro de emergência
próximo para suprir qualquer intercorrência.
Na Unidade de Terapia Intensiva Cardiovascular, as intervenções de enfermagem visam adotar medidas de prevenção e detecção precoce das possíveis complicações, além de proporcionar maior conforto ao paciente
- Observar, comunicar e
anotar: Nível de consciência; Padrão respiratório; Débito urinário;
Queixas álgicas; Lesões de
pele; Arritmias; Sinais de sangramento;
- Higiene corporal com
higienizador cutâneo (proporciona movimentação mínima do paciente);
- Massagem de conforto com
hidrante corporal 2 x dia;
- Higiene oral com
antisséptico bucal;
- Estimular e auxiliar na
alimentação (anotando aceitação da dieta);
- Manter decúbito dorsal,
com elevação máxima da cabeceira em 30º;
- Manter Membro Inferior
restrito (evitar fletir o membro da inserção do BIA);
- Verificação dos pulsos
periféricos de 2/2 h;
- Observação da coloração e
temperatura dos Membros inferiores a cada 2 horas;
- Realização da troca do
curativo conforme rotina da instituição, inserção do cateter (não se deve
cobrir o revestimento plástico do cateter, evitando a perfuração do mesmo);
- Realização de curativo com
filme plástico podendo mantê-lo por 5 dias ( estar atento a inserção quanto
sinais flogísticos, se houver sinal de infecção retirar imediatamente este curativo,
realizar de forma tradicional, observando o local);
- Realização de discreta
lateralização do decúbito com ângulo máximo de 45º (sempre mantendo o membro
inferior da inserção do cateter sem fletir, melhorando a lombalgia e prevenindo
as lesões de pele);
- Instalação de colchão
pneumático ou caixa de ovo;
- Colocação de curativo
hidrocolóide para prevenção de úlceras de decúbito em região sacra, cotovelos e
calcâneos;
- Estimulo e encorajamento
ao doente a participar das atividades de autocuidado;
- Realização de controle
rigoroso de débito urinário.
O enfermeiro deve ainda
- Atentar aos resultados
laboratoriais de Coagulograma, Plaquetas, Hemograma;
- Realizar ausculta
abdominal de 4/4 horas (buscando prevenir isquemia mesentérica).
Autora: Rafaela Sandes de
Albuquerque