A intubação nasotraqueal é uma técnica útil quando existir fratura de coluna cervical, confirmada ou suspeita.
Este procedimento está contraindicado no paciente em apneia, visto que o fluxo de ar é o principal “guia” para a intubação, ou quando existirem fraturas graves médio-faciais ou fraturas de base de crânio. Devem ser adotados os mesmos cuidados de imobilização da coluna cervical, empregados nas manobras de intubação orotraqueal.
Técnica de intubação nasotraqueal
01. Ventilar e oxigenar o paciente com ambu/máscara conectado a uma fonte de O2 a 15 l/m. Certificar-se que um aspirador rígido estará prontamente disponível caso seja necessário.
02. Testar o balonete do tubo traqueal.
03. Um assistente deve imobilizar manualmente o pescoço e a cabeça, que não devem ser movimentados sob nenhuma hipótese durante o procedimento.
04. Lubrificar o tubo com um gel anestésico e introduzi-lo na narina.
05. Introduzir o tubo lentamente, mas firmemente para dentro do nariz, direcionando-o para cima (para evitar o grande corneto inferior), e a seguir posteriormente e para baixo até a nasofaringe. A curvatura do tubo deve ser moldada para facilitar a passagem neste trajeto curvo.
06. Assim que o tubo passa pelo nariz e atinge a nasofaringe, ele deve ser direcionado para baixo para passar pela faringe.
07. Uma vez que o tubo penetrou na faringe, deve-se prestar atenção ao fluxo de ar que transita por ele. Avançar o tubo até que o som do movimento de ar seja máximo, sugerindo que a ponta do tubo esteja localizado na entrada da traqueia. Acompanhando o movimento de ar no tubo, determinar o momento da inspiração e avançá-lo rapidamente para o interior da traqueia. Se o procedimento não for bem sucedido, repeti-lo aplicando uma pequena pressão sobre a cartilagem tireoide. Lembre-se de ventilar o paciente intermitentemente.
08. Insuflar o balonete do tubo com volume de ar suficiente para conseguir uma vedação adequada. Não hiperinsufle o balonete.
09. Conferir a posição do tubo ventilando com ambu.
10. Observar visualmente a expansão pulmonar com a ventilação.
11. Auscultar o tórax e o abdome com estetoscópio para conferir a posição do tubo.
12. Fixar o tubo. Se o paciente for transportado, a posição do tubo deve ser reavaliada.
Se a intubação endotraqueal não for conseguida num prazo de 30 segundos, ou no tempo que o médico que executa o procedimento consegue manter-se sem respirar, interromper a tentativa e ventilar o paciente com ambú e máscara antes de tentar novamente.
Técnica de intubação nasotraqueal com estabilização cervical
Complicações da intubação nasotraqueal
- Intubação esofágica, levando a hipóxia e morte
- Intubação seletiva, normalmente do brônquio-fonte direito, resultando em ventilação seletiva, colapso pulmonar contralateral e pneumotórax
- Incapacidade para intubar, resultando em hipóxia e morte
- Indução ao vômito, levando a aspiração, hipóxia e morte
- Trauma sobre a via aérea resultando em hemorragia e possível aspiração
- Ruptura ou vazamento do balonete do tubo, resultando em perda da vedação durante a ventilação
- Lesão da coluna cervical por movimentação da cabeça durante o procedimento, convertendo uma possível lesão sem déficit neurológico em uma lesão com déficit neurológico.
Ac. Titular Israel Figueiredo Júnior
Dr. Mauricio Vidal de Carvalho