AVC é sinônimo
de “derrame cerebral”, hoje definido como Acidente Vascular Encefálico, e é uma definição clínica. Segundo a Organização Mundial
da Saúde é “um sinal clínico de rápido desenvolvimento de perturbação focal da
função cerebral, de suposta origem vascular e com mais de 24 horas de duração”.
Ocorrendo a hemiplegia, que é a paralisia dos músculos de um lado do corpo,
contralateral ao lado do cérebro em que aconteceu o AVC.
Tipos de AVEs, sinais e sintomas
Os déficits
funcionais descritos a seguir estão relacionados com a área de lesões,
independente da causa, por exemplo, isquemia ou hemorragia.
Acidente vascular encefálico isquêmico
A causa mais
comum do AVE é a obstrução de uma das artérias cerebrais importantes (média,
posterior e anterior) ou de seus ramos perfurantes menores que vão para as
partes mais profundas do cérebro.
Aproximadamente
80% dos AVEs devem-se a oclusão, em decorrência de ateroma na artéria ou de
êmbolos secundários que são transportados do coração ou dos vasos do pescoço
que estão com problemas. O paciente nem sempre perde a consciência, mas
queixa-se de dor de cabeça e o desenvolvimento de sintomas de hemiplegia e /ou
disfasia é rápido.
A artéria
medial irriga a maior parte da face súpero-lateral do hemisfério lateral e
estruturas importantes mais profundas, de modo que há uma densa hemiplegia
contralateral que afeta o membro superior, a face e o membro inferior. A
radiação óptica geralmente afetada. As lesões do hemisfério esquerdo e
deterioração do lado contralateral atinge o principal centro da fala, podendo
gerar problemas graves. Nas lesões do hemisfério direito o dano parietal pode
levar a perturbações visuais. Se a artéria média não for afetada, ficando a
lesão em um dos ramos distais, os sintomas são menos extremos.
Após a oclusão
da artéria posterior do cérebro os sintomas são visuais e comprometem um
defeito de campo homônimo contralateral. Podem também comprometer a memória e
modalidades sensórias contralaterais. A oclusão da artéria anterior pode
ocasionar monoplegia contralateral que afeta o membro inferior, ocasiona perda
sensorial cortical e, as vezes, anormalidades do comportamento associadas a
lesão no lobo frontal.
A oclusão das
artérias vertebrais ou da basilar e de seus ramos tem potencial muito maior de
danos, considerando que o tronco encefálico contém centros que controlam as
funções vitais, como respiração e pressão arterial. Assim, a lesão cerebral
pode colocar em risco a vida do paciente e, em caso de sobrevivência, ficara
gravemente incapacitado por paralisias dos nervos cranianos, tetraplegia
espástica e perda sensorial.
Acidente vascular encefálico hemorrágico
O paciente em
geral e hipertenso, o que leva a um tipo particular de degeneração nas pequenas
artérias penetrantes no cérebro. As paredes artérias ficam enfraquecidas,
desenvolvendo pequenas herniações ou microaneurismas, que podem romper-se. Um
hematoma resultante pode espalhar-se pelos planos da substância branca,
formando uma lesão de massa substancial. O hematoma ocorre em regiões mais
profundas, comprometendo o tálamo, núcleo lentiforme e cápsula externa e com
menos frequência, o cerebelo e a ponte. Podem romper-se no sistema ventricular,
que leva a óbito rapidamente.
O início é quase
sempre marcante, com forte cefaleia, vômitos e normalmente, perda da consciência.
A auto regulação vascular normal é perdida nas proximidades do hematoma. Pode
haver uma elevada pressão intracraniana. Se o paciente sobreviver à crise
inicial, podem sobreviver sinais hemiplégicos e hemi-sensoriais profundos. O
prognostico inicial é grave, mas os que começam a se recuperar, em geral, ficam
bem, quando o hematoma e absorvido, porque são destruídos menos neurônios do
que nos acidentes vasculares isquêmicos.
Hemorragia subaracnóide
A HSA é o
sangramento no espaço subaracnóide, que em geral é decorrente da ruptura de um
aneurisma saculado situado no círculo de Willis ou próximo dele. A hipertensão e
a doença vascular levam a um aumento do tamanho do aneurisma a ruptura
ulterior. O paciente queixa-se de cefaleia súbita e intensa. 10 % vão a óbito
dentro de uma ou duas horas. 40% vão a óbito nas primeiras duas semanas e os
sobreviventes têm risco de novo sangramento.
População mais afetada com o AVE
A probabilidade
aumenta com a idade. O fator de risco mais significativo é a hipertensão, seja sistólica(maior que 160mmHg) ou diastólica(maior que 95mmHg).
Outros fatores de risco são
cardiopatia isquêmica, diabetes mellitus, dieta rica em sal e hábito de fumar.
E o fator final para todos esses fatores é a doença arterial denominada aterosclerose,
caracterizado pela deposição de colesterol e outras substâncias na parede
arterial. A parede irregular do caso provoca formação de coágulo na luz da
artéria, que pode ocluir completamente o vaso ou deslocar-se, formando um
êmbolo.
Recuperação após AVE
A consequência
física mais comum é a hemiplegia, definida como “paralisia completa dos membros
superiores e inferiores do mesmo lado”. Outras sequelas dos acidentes
vasculares podem ser problemas de percepção, cognição, sensoriais e de
comunicação, que precisam ser consideradas na conduta do enfermeiro e fisioterapeuta.
Seja qual for
o acidente, uma proporção se recupera em certo grau, e esta, está relacionada
com o local, a extensão e a natureza da lesão, com a integridade do paciente.
Conduta
O processo de
a conduta objetiva maximizar a capacidade funcional e evitar complicações
secundárias, possibilitando ao paciente reassumir todos os aspectos da vida em
seu próprio meio. Função da equipe multiprofissional de saúde, além de
pesquisa, são: restauração da função, prevenção das complicações secundárias,
como encurtamento dos tecidos moles e desenvolvimento de dor de ombro.
Autora: Camila Dietrich