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Apostila completa para concursos fisioterapia com 1900 páginas.

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Anamnese para enfermagem

Sinais vitais

I. Pressão Arterial (PA) - posição do paciente no leito, membro em foi aferido (mmHg);
II. Pulso - a princípio apenas em um dos pulsos; relatar qual braço (bpm);
III. Temperatura - bucal, axilar e anal (°C);
IV. Freqüência respiratória - incursões /min (ipm).

Ectoscopia

A. Estado geral - ótimo, bom, regular, ruim, péssimo;

B. Peso, altura, biotipo, cianose de extremidades, icterícia, taquidispnéia, sudorese, emagrecimento - paciente eupnéico, anictérico, acianótico, sudoréico, normolíneo, emagrecido, etc.

C. Nível de consciência: perceptividade, reatividade, reflexos, deglutição - paciente orientado halo e autopsiquicamente;

D. Fala e linguagem - diafonia ou afonia; dislalia; disartria; disfasia; disgrafia e dislexia;

E. Estado de hidratação - alteração abrupta de peso, alterações de pele(elasticidade, umidade e turgor), alterações de mucosa quanto à umidade, fontanela (crianças), alterações oculares, estado geral;

F. Estado de nutrição - peso, musculatura, panículo adiposo, desenvolvimento físico, estado geral, pele, pêlos e olhos;

G. Desenvolvimento físico - normal, hiper, hipo-, hábito grácil, infantilismo;

H. Fascies - atípica ou característica - hipocrática, renal, leonina, adenoidiana, parkinsoniana, basedowiana, mixedematosa, acromegálica, cushingóide, mongolóide, depressiva, pseudobulbar, da paralisia facial periférica, miastênica, do deficiente mental, etílica, esclerodérmica;

I. Atitude e decúbito preferidos: no leito – ativa ou indiferente, passiva; na posição ereta – antálgica, parkinsoniana, hemiplégica, cerebelosa, paralisia muscular progressiva, etc.;

J. Mucosas - ferimentos visíveis ou não, coloração, estado de hidratação;

K. Tegumento:

Pele: coloração, integridade, umidade, textura, espessura, temperatura, elasticidade, mobilidade, turgor, sensibilidade - táctil, térmica e dolorosa, lesões elementares;

Fâneros: cabelos - implantação, distribuição, quantidade, coloração, brilho, espessura, consistência; unhas - forma e configuração, implantação, espessura, superfície, consistência, brilho e coloração, pêlos - espessura, brilho, consistência, comprimento, distribuição, quantidade;

Tecido celular subcutâneo (TCS) - distribuição, quantidade;

A. Movimentos involuntários e hipercinesias - tremores, mov. coréicos (coréia), mov. Atetósicos (atetose), hemibalismo, mioclonias, mioquinias, asterix (flapping), tiques, convulsões, tetania, fasciculações, etc.;

B. Deformidades grosseiras;

C. Marcha e postura na posição de pé - normal; helicópode, ceifante ou hemiplégica; cerebelosa, atáxica ou tabética, vestibular, anserina, parkinsoniana, pseudobulbar, escarvante, claudicante, em tesoura ou espástica, etc.;

D. Edema e enfisema subcutâneo;

E. Adenomegalias: tamanho ou volume, e simetria – comparar com objetos do cotidiano; consistência e coalescência – duro, mole, pétreo; localização – em cadeias ganglionares cervicais, submandibulares, submentonianas, retroauriculares, occipitais, infra e supraclaviculares, axilares, inguinais, etc.; sensibilidade; alterações da pele circunjacente – fístulas, retrações, sinais flogísticos, ulcerações, etc.;

Exame da cabeça

A. Crânio - forma, volume, postura, movimentos involuntários, amolecimentos, tumefações, abaulamentos, deformações;

B. Couro cabeludo - sensibilidade, temperatura, mudança de coloração, tumores, feridas, cicatrizes, tumefações;

C. Face - pele, simetria, deformações, sensibilidade;

D. Olhos: sobrancelhas, arcos superciliares, pálpebras, cílios, fenda palpebral, aparelho lacrimal, globos oculares - conjuntivas, escleróticas, córnea, íris e pupilas (discorias, ectopias, anisocoria, midríase, miose, etc.), tensão ocular, acuidade visual - reflexos oculomotores direto, consensual e de acomodação ( ver exame do sistema nervoso);

E. Nariz e cavidades paranasais - tamanho, forma, cor, aspecto do vestíbulo, secreções, sensibilidade;

F. Orelha e pavilhão auricular;

G. Boca - integridade, umidade, coloração, dentição, gengivas, língua (posição, integridade, umidade, textura, coloração, papilas, movimentação), lábios, fenda labial, palato duro, palato mole, rafe palatina, amígdalas e úvula;

Exame do pescoço

Examinar: tireóide - inspeção, palpação e ausculta, laringe - mobilidade da traquéia, carótidas - palpação e ausculta, pontos dolorosos, turgênscia jugular patológica - ondas de pulso venoso (exame do ap. cardiovascular), coluna cervical, musculatura, postura, movimentação, batimentos ectópicos, volume, forma, simetria, tumores.

Exame das mamas

Homens - presença ou ausência de ginecomastia

Mulheres – inspeção: número, simetria, conformação, presença ou ausência de nodulações – localização nos quadrantes, tamanho ou volume, sensibilidade, mobilidade, sinais flogísticos, presença de secreções (descarga mamilar); observar ainda pele, mamilo (retração) e aréola.

Exame dos aparelhos

Exame do aparelho respiratório

Inspeção Estática:

Forma do tórax, parede - abaulamentos e retrações, pontos dolorosos, cicatrizes, lesões dermatológicas clinicamente importantes;

Inspeção Dinâmica:

Freqüência respiratória, ritmicidade e amplitude, tipo de respiração - torácica, abdominal, toracoabdominal com ou sem predomínio de, tiragens - IC, SC, Epig, expansibilidade.

Palpação:

Expansibilidade, elasticidade e FTV - ápice e bases pulmonares;

Percussão:

Som claro atimpânico ou pulmonar, som maciço, som submaciço e som timpânico;

Ausculta:

Murmúrio vesicular, respiração brônquica, respiração traqueal, murmúrio broncovesicular, ruídos adventícios e ressonância vocal - broncofonia, pecterilóquia fônica e afônica, atrito pleural, sopros – brônquico, tubário, pleurítico, cavernoso, anfórico, metálico;

Ruídos adventícios – Classificação:

Contínuos ou secos:
Roncos
Sibilos
Estridor

Descontínuos ou úmidos:

Crepitantes ou finos
Subcrepitantes, grossos ou bolhosos:

Pequena intensidade
Média intensidade
Baixa intensidade

Exame do aparelho cardiovascular:

Ectoscopia do paciente cardíaco

Baqueteamento digital, pulsações anormais no tórax, abaulamentos, retrações, cianose - central, periférica ou mista, atitude e posicionamento do paciente no leito, estado de nutrição, edema - periférico ou generalizado, uso de oxigênio – O2 dependente, pressão arterial deitado, sentado e em pé;

Vasos:

Veias - turgênscia jugular, ondas de pulso venoso, varizes;

Artérias - pulso arterial, tensão da parede vascular, amplitude, freqüência, ritmo, simetria ou sincronismo (carotídeo, radial, inguinal, poplíteo, pedioso e tipos anormais;

Precórdio: Palpação do Ictus Cordis

Localização ou sede - visível e palpável em nível da linha hemiclavicular esquerda na altura do 5º espaço intercostal (5º EIC);

Mobilidade - móvel ou fixo;

Forma e extensão - globoso ou puntiforme - em polpas digitais;

Intensidade - forte, fraco ou propulsivo;

Bulhas palpáveis - focos de ausculta (mitral, tricúspide, aórtico, pulmonar, aórtico acessório);

Frêmito e rastejo sistólico;

Observação.: a inspeção do precórdio é realizada durante a ectoscopia do paciente cardíaco.

Precórdio: Ausculta

Ritmo e freqüência - ritmo cardíaco regular em 2T/ irregular em galope/ em extrasistolia/ em fibrilação atrial;

Ruídos cardíacos - intensidade (bulhas normo-, hipo- ou hiperfonéticas e em que foco);

Desdobramentos de bulhas - B1 e/ou B2, sopros - sistólico ou diastólico, ejeção ou regurgitação; holo, proto, meso ou tele; mecanismo de produção - insuficiência ou estenose; localização, irradiação - pescoço, axila epigástrio e intensidade em cruzes - + a ++++++, ruídos pericárdicos;

Exame do abdome

Inspeção:

Forma - globoso, piriforme, em avental, batráquio, volume - ascites de G, M e P volume, pele, CS, presença ou ausência de cicatrizes cirúrgicas, cicatriz umbilical - localização, forma, circulação colateral - tipo: porta, cava sup., cava inf., porto-cava, abaulamentos respiratórios, movimentos peristálticos - peristaltismo de luta;

Palpação:

Superficial: parede abdominal - confirmação de achados da inspeção, sensibilidade, tensão abdominal, presença de herniações ou diastase dos retos;

Profunda: conteúdo abdominal em geral, sensibilidade - manobras para provocar dor, órgãos palpáveis e suas características, massas tumorais – sede, forma, limites, superfície e consistência, sensibilidade, mobilidade, relação com órgãos vizinhos;

Percussão:

Timpanismo: macicez na área hepática, sinal do piparote (ascite), espaço de Traube, macicez variável ou de decúbito;

Ausculta:

Sopros (S. de Cruivillier-Bourgarten), ruídos hidroaéreos;

Regiões inguinais e crurais

Tumorações – forma, consistência, volume e sensibilidade, tumefações, adenomegalias, hérnias.

Região lombar

Inspeção:
Abaulamentos, sinais de inflamação
Palpação:
Hérnias, sensibilidade, pontos dolorosos
Percussão:
Dor a punho-percussão

Coluna vertebral

Inspeção:

Inspeção da face anterior e posterior do corpo em pé, inspeção durante a marcha;

Verificação da postura normal e de posturas viciosas – cifose, escoliose, lordose;

Exploração dos movimentos da cabeça e do tronco, inspeção da mobilidade da coluna vertebral;

Inspeção da bacia em posição estática e durante a marcha;

Palpação:

Pontos dolorosos à palpação e percussão;

Aparelho locomotor ou músculo-esquelético

Inspeção – forma e dimensões, palpação e movimentos ativos e passivos dos membros superiores e inferiores – abdução, adução, flexão, extensão, rotação, movimentos dos ombros em suas 3 articulações, eversão e inversão (mmii);

Genitais externos

Masculino:

Inspeção e palpação do pênis – corpo, prepúcio, meato urinário, sulco bálano-prepucial e glande, uretra, lesões venéreas; Inspeção e palpação do períneo e da bolsa escrotal – testículos, epidídimo, cordões espermáticos, veias varicosas;

Feminino:

Inspeção e palpação – irritação da vulva por coçagem, hiperemia com hiperqueratose, hipertrofia dos pequenos lábios, úlceras, edema, tumores, malformações, hímem, períneo, corrimento vaginal, uretra, glândulas vulvovaginais, exploração dos gânglios inguinais e crurais;

Sistema nervoso

Estado mental, fascies e atitudes;

Escala de Glasgow:

escala Glasgow


Sinais meningorradiculares – Rigidez de nuca, sinais de Kernig, de Laségue, de Brudznski, de Lhermitte;

Exame dos pares cranianos:

Olfatório - I par: somente em casos especiais – alucinações olfativas, parosmia e cacosmia;

Óptico - II par: acuidade visual, campimetria, fundoscopia; reflexos fotomotores (direto, consensual, de acomodação);

Oculomotor - III par, Troclear – IV par, e Abducente – VI par: Motilidade extrínseca – horizontal (estrabismo convergente, divergente), vertical (estrabismo sup. e inf.); ptose palpebral;

Trigêmio - V par: Motor – motilidade dos músculos da mastigação (atrofia das regiões temporais e masseterianas, abertura da boca promove desvio da mandíbula para o lado da lesão, debilidade do lado paralisado, dificuldade do movimento de lateralização da mandíbula); Sensitiva – ramos oftálmico, maxilar e mandibular (sensibilidade proprioceptiva e superficial da metade anterior da face);

Facial - VII par: ramos cervicofacial e temporofacial, mímica facial, simetria – paralisia
infranuclear ou periférica (toda hemiface homolateral atingida) e paralisia supranuclear ou central (metade inferior da hemiface contralateral);

Vestibulococlear - VIII par: Vestibular (equilíbrio) – desvio postural, nistagmo, provas calórica e rotatória, desvio da marcha para o lado da lesão, prova de Romberg; Coclear (auditivo) – declínio gradativo da intensidade da voz natural, voz cochichada, atrito das polpas digitais próximas ao ouvido, provas de Rinnie e de Weber;

Glossofaríngeo - IX par e Vago - X par: inervação de órgãos viscerais torácicos e abdominais – lesão unilateral = desvio do véu palatino para o lado normal, desvio da parede posterior da faringe para o lado normal (sinal da cortina), disfagia com refluxo de líquidos pelo nariz e diminuição ou abolição do reflexo do véu palatino;

Acessório - XI par: motilidade do trapézio e do esternocleidomastóideo;

Hipoglosso - XII par: motilidade da língua;

Exame da função motora:

Motilidade voluntária, movimentos ativos, movimentos sucessivos e alternados dos pés e mãos (disdiadocinesias), força muscular, provas de Barré e Miganzzini; coordenação motora – provas: index® nariz e calcanhar® joelho; motilidade automática – marcha; motilidade involuntária – hipercinesias (movimentos involuntários), reflexos superficiais – abdominais, cremasterianos, plantares, profundos – estilo-radial, cúbito-pronador, bicipital, tricipital, patelar e aquileo, e patológicos – Babinsk e sucedâneos; tônus muscular; equilíbrio – sinal de Romberg;

Exame da função sensitiva: sensibilidade superficial – táctil, térmica e dolorosa e profunda;

Nervos periféricos: inspeção e palpação

Anamnese psiquiátrica


Exame do estado mental do paciente;

Repercussões da doença sobre o estado psicológico;

Exame das funções mentais:

Consciência, orientação, memória, atenção, pensamento e raciocínio, senso-percepção, inteligência, afetividade e conduta;

Referir a impressão sobre a fidelidade das informações

Exemplo: "... A história clínica registra uma sintomatologia evoluindo há cerca de 10 meses, iniciada com vaga sensação de desconforto/inquietação que progressivamente se acentuou, passando o paciente a ficar agitado, insone, apresentando comportamento bizarro, "ficava assustado, vendo bichos e vultos", acreditando haver pessoas escondidas em sua casa para matá-lo juntamente com a sua família. Mostrava-se sempre muito tenso, sua fisionomia expressava medo e desconfiança, passou a armar-se com facas e martelos, escondendo-os em lugares de sua casa, ao mesmo tempo em que apresentava solilóquios, risos imotivados e tomava vários banhos por dia.
Não houve referência a nenhum acontecimento estressante ou qualquer outro fator associado ao início da sintomatologia... (Dra. Suzana Azoubel de Albuquerque e Dr. Silva Everton Botelho Sougey; artigo publicado na Revista de Neurologia, Psiquiatria e Neurocirurgia, vol.60(3)jul./set., 1997.").

Dicionário enfermagem

dicionario enfermagem

AIDS – Síndrome da imunodeficiência adquirida (sigla em inglês).
APH – Atendimento pré-hospitalar.
ATLS – Suporte avançado de vida no trauma.
AV – Acidente vascular.
AVC – Acidente vascular cerebral.
AVE – Acidente vascular encefálico.
AVF – Derivação do eletrocardiograma localizada no pé.
AVL – Derivação do eletrocardiograma localizada no lado esquerdo.
AVR – Derivação do eletrocardiograma localizada no lado direito.
AZT – Azidotimidina.
BAV – Bloqueio atrioventricular.
Bat/min – Batimentos por minuto.
BCG – Vacinação contra a tuberculose.
BIA – Balão intra-aórtico.
BZD – Benzodiazepínicos.
Bpm – Batimentos por minuto.
Ca+ – Íon de cálcio.
CAP – Cateter de artéria pulmonar.
CAPS – Centro de apoio psicossocial.
CCIH – Comissão de controle de infecção hospitalar.
CIA – Comunicação intra-atrial.
CIPA – Comissão interna de prevenção de acidentes.
CIV – Comunicação intraventricular.
CK – Creatinoquinase ou creatinocinase.
CK-MB – Enzima creatinofosfoquinase.
CPK – Creatinofosfoquinase.
CPF – Cadastro de pessoa física.
CO2 – Dióxido de carbono.
COFEN – Conselho Federal de Enfermagem.
COREN – Conselho Regional de Enfermagem.
COT – Cânula orotraqueal.
CVE – Centro de vigilância epidemiológica.
DC – Débito cardíaco.
DDH – Decúbito dorsal horizontal.
DIU – Dispositivo intrauterino.
DL – Decúbito lateral.
DMH – Doença da membrana hialina.
DNA – Ácido desoxirribonucleico.
DPOC – Doença pulmonar obstrutiva crônica.
DST – Doença sexualmente transmissível.
dT – Vacina contra difteria e tétano.
DTP – Vacina tríplice (difteria + tétano + coqueluche).
DV – Decúbito ventral.
E. coli – Escherichia coli.
EAP – Edema agudo do pulmão.
ECG – Eletrocardiograma.
ECT – Eletroconvulsoterapia.
EEG – Eletroencefalograma.
EMG – Eletromiografia.
EP – Equipamento de proteção.
EPC – Equipamento de proteção coletiva.
EPI – Equipamento de proteção individual.
EV – Endovenosa.
ETO – Óxido de etileno.
FA – Fibrilação atrial.
FA – Vacina contra febre amarela.
FC – Frequência cardíaca.
FiO2 – Fração inspiratória de oxigênio.
FR – Frequência respiratória.
FV – Fibrilação ventricular.
GABA – Ácido alfa-aminobutírico.
GIG – Grande para idade gestacional.
HAS – Hipertensão arterial sistêmica.
HDA – Hemorragia digestiva alta.
HDB – Hemorragia digestiva baixa.
Hep B – Vacina contra hepatite B.
HIV – Vírus da AIDS.
Hib – Vacina contra infecções causadas por Haemophilus influenzae do tipo B, entre elas a meningite.
HPV – Vírus da herpes.
H2O – Água.
IAM – Infarto agudo do miocárdio.
ICC – Insuficiência cardíaca congestiva.
ID – Intradérmica.
IgA – Imunoglobulina A.
IgE – Imunoglobulina E.
IgM – Imunoglobulina M.
IM – Intramuscular.
IRA – Insuficiência renal aguda.
IRC – Insuficiência renal crônica.
ITU – Infecção do trato urinário.
K+ – Íon potássio.
kcal – Unidade de medida quilocaloria.
KCl – Cloreto de potássio.
kg – Quilograma.
KMnO4 – Permanganato de potássio.
LDH/DHL – Desidrogenase lática.
LEC – Líquido extracelular.
MEC – Ministério da Educação e Cultura.
Mg/dl – Miligrama por decilitro.
Mg/ml – Miligrama por mililitro.
mmHg – Milímetros de mercúrio.
Ml – Mililitro.
MMII – Membros inferiores.
MMSS – Membros superiores.
MSD – Membro superior direito.
MSE – Membro superior esquerdo.
Na+ – Íon sódio.
NaCl – Cloreto de sódio.
NAPS – Núcleo de atenção psicossocial.
NAV – Nódulo atrioventricular.
NPP – Nutrição parenteral periférica.
NPT – Nutrição parenteral total.
O2 – Oxigênio.
PA – Pressão arterial.
PAD – Pressão arterial diastólica.
PAM – Pressão arterial média.
PAS – Pressão arterial sistólica.
PCR – Parada cardiorrespiratória.
PEEP – Pressão expiratória positiva final (sigla em inglês).
PHTLS – Atendimento pré-hospitalar ao paciente com trauma (sigla em inglês).
PIC – Pressão intracraniana.
PICC – Cateter venoso central de inserção periférica (sigla em inglês).
PIG – Pequeno para idade gestacional.
PIS – Número de identificação social.
PPA – Pressão de perfusão abdominal.
PPC – Pressão de perfusão cerebral.
PPD – Teste intradérmico para tuberculose.
PVC – Pressão venosa central.
RCP – Ressuscitação cardiopulmonar.
RFM – Reação à luminosidade.
Rh – Fator Rhesus.
RN – Recém-nascido.
RG – Registro geral.
SC – Subcutânea.
SCR – Vacina contra sarampo, caxumba e rubéola.
SCQ – Superfície corpórea queimada.
SDR – Síndrome do desconforto respiratório.
SG 5%– Solução com glicose na concentração de 5%.
SGOT – Transaminase glutâmica oxalacética sérica.
SF 0,9% – Solução fisiológica na concentração de 0,9%.
SNA – Sistema nervoso autônomo.
SNC – Sistema nervoso central.
SNE – Sonda nasoenteral.
SNG – Sonda nasogástrica.
SR – Vacina contra sarampo e rubéola.
SRO – Solução de reidratação oral.
SRT – Serviço residencial terapêutico.
SSVV – Sinais vitais.
SUS – Sistema Único de Saúde.
TCE – Trauma cranioencefálico.
TFG – Taxa de filtração glomerular.
TMO – Transplante de medula óssea.
TSH – Hormônio estimulante da tireoide.
TV – Taquicardia ventricular.
UBS – Unidade Básica de Saúde.
UTI – Unidade de Terapia Intensiva.
VCT – Valor calórico total.
VD – Ventrículo direito.
VDRL – Exame laboratorial para detectar sífilis (sigla em inglês).
VO – Via oral.
VOP – Vacina contra pólio (paralisia infantil).


A cópia é livre, desde que citado o blog Concurso para Enfermagem

Curso enfermagem emergência


Emergências pré-hospitalar
Anatomia
Fisiologia
Avaliação geral do paciente
Suporte básico de vida
Hemorragias, choques e ferimentos
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Ausculta

Aula virtual sobre ausculta torácica - ausculta cardíaca e pulmonar. Ouça os sons e saiba quando eles estão presentes.

EPM - Escola Paulista de Medicina - UNIFESP

Vias de administração de medicamentos

1. Via Oral
- Absorção intestinal
- Absorção sublingual

2. Via Retal

3. Via Injetável
- Via intradérmica
- Via subcutânea
- Via intramuscular
- Via endovenosa

4. Outras vias:
- Inalatória (ex: gases utilizados em anestesia e medicamentos contra asma)
- Ocular
- Intranasal
- Dérmica
- Vaginal (ex: droga para induzir o trabalho de parto)

1. Via oral (VO)

A administração de medicamentos por via oral é segura e não requer técnica estéril na sua preparação, nessa via os medicamentos podem ser na apresentação de comprimidos, drágeas, cápsulas ou líquidos; são absorvidos principalmente, no estômago e intestino.
Observação: a medicação via oral não é indicada em clientes apresentando náuseas, vômitos, dificuldade de deglutição, ou estejam em jejum para cirurgia.
Pacientes em uso de Sonda Nasogástrica (SNG) ou Sonda Nasoenteral (SNE) as medicações VO devem ser administradas através das mesmas. Este medicamento deverá ser diluído em água e antes e após a administração deve-se realizar a lavagem das sondas. Evitando assim a obstrução das mesmas.
Após a administração do medicamento por VO verificar se o paciente deglutiu realmente a medicação.
Via sublingual (SL): os medicamentos sublinguais seguem o mesmo procedimento empregado para aqueles de via oral, exceto que a medicação deve ser colocada sob a língua.
Nesse procedimento, solicita-se que o cliente abra a boca e repouse a língua no palato; a seguir, coloca-se o medicamento sob a língua (em comprimidos ou gotas); o cliente deve permanecer com o medicamento sob a língua até a sua absorção total.
Nesse período, o cliente não deve conversar nem ingerir líquido ou alimentos. As medicações administradas por via sublingual promovem uma rápida absorção da droga em curto espaço de tempo, além de se dissolverem rapidamente, deixando pouco resíduo na boca.
Essa via é utilizada para aplicar medicações em algumas urgências, como, por exemplo: medicações para precordialgia e para hipertensão.


2. Via retal

Muitos medicamentos que são administrados por via oral podem também ser administrados por via retal, em forma de supositório.
São receitados quando a pessoa não pode tomar o medicamento por VO:
-náuseas e vômitos;
-impossibilidade de engolir;
-algumas restrições à ingestão, como ocorre em seguida a uma cirurgia.

Pela via retal são aplicados também os enemas.

3. Via parenteral: via injetável

Os medicamentos administrados por via injetável têm a vantagem de fornecer uma via mais rápida; quando a VO é contra-indicada, favorecendo, assim a absorção mais rápida.

Via intradérmica (ID)

Após aspirar a medicação estar atento para a diluição preconizada para cada medicação.
Após aspirar ao conteúdo do frasco ampola lembrar-se de rediluir a medicação conforme padronização.
Nesta via, os medicamentos são administrados na pele (na derme).
Via muito restrita, usada para pequenos volumes (de 0,1 a 0,5 ml). Usada para reações de hipersensibilidade, como provas de ppd (tuberculose), e sensibilidade de algumas alergias.
O local de aplicação mais utilizado é a face interna do antebraço.
É também utilizada para aplicação de BCG (vacina contra tuberculose), sendo de uso mundial a aplicação ao nível da inserção inferior do músculo deltóide.

Via subcutânea (SC)

Na via subcutânea ou hipodérmica, os medicamentos são administrados debaixo da pele, no tecido subcutâneo. Nesta via a absorção é lenta, através dos capilares, de forma contínua e segura. Usada para administração de vacinas (anti-rábica e anti-sarampo), anticoagulantes (heparina) e hipoglicemiantes (insulina). O volume não deve exceder 1,0 ml.
As regiões de injeção SC incluem regiões superiores externas dos braços, o abdome (entre os rebordos costais e as cristas ilíacas), a região anterior das coxas e a região superior do dorso.
Essa via não deve ser utilizada quando o cliente tem doença vascular oclusiva e má perfusão tecidual, pois a circulação periférica diminuída retarda a absorção da medicação.
Os locais de administração nesta via devem ser alternados com rigor, evitando iatrogenias.


Via intramuscular (IM)

A administração via intramuscular permite que você injete o medicamento diretamente no músculo em graus de profundidade variados. É usado para administrar suspensões e soluções oleosas, garantindo sua absorção em longo prazo.
Devemos estar atentos quanto a quantidade a ser administrada em cada músculo. É necessário que o profissional realize uma avaliação da área de aplicação, certificando-se do volume que esse local possa receber.
Atenção: Não esquecer que esse volume irá depender da massa muscular do cliente, quanto menos a dose aplicada, menor o risco de possíveis complicações.

A escolha do músculo utilizado vai depender do volume a ser aplicado:

1ª escolha: vasto lateral da coxa - máximo de 5 ml;
2ª escolha: glúteo ( ventro glútea e dorso glútea) – máximo 5 ml;
3ª escolha: deltóide ( exceto em vacinas) – máximo 3 ml.

Via endovenosa (EV)

É a administração de medicamento diretamente na corrente sanguínea através de uma veia. A administração pode variar desde uma única dose até uma infusão contínua.
Como o medicamento ou a solução é absorvido imediatamente, a reposta do cliente também é imediata. A biodisponibilidade instantânea transforma a via EV na primeira opção para ministrar medicamentos durante uma emergência. Como a absorção pela corrente sanguínea é completa, grandes doses de substâncias podem ser fornecidas em fluxo contínuo.
Indicam-se diluições em seringas de 10 e 20 ml, ou seja, com 10 ou 20 ml de água destilada. Para medicamentos com altas concentrações, indicam-se diluições em frascos de soluções salinas (Soro Fisiológico 0.9%) ou glicosadas (Soro Glicosado 5%).

Indicado para aplicação em obesos.
 Local mais indicado para esta aplicação.

Locais mais utilizados para punção venosa:

Região do dorso da mão:

- veia basílica;
- veia cefálica;
- veia metacarpiana dorsal.

Região dos membros superiores:

- veia cefálica acessória;
- veia cefálica;
- veia basílica;
- veia intermediária do cotovelo;
- veia intermediária do braço.

Região cefálica: utilizada com freqüência em pediatria, quando não há possibilidade de realizar a punção em regiões periféricas.

Administração de medicamentos

Administração de medicamentos é o processo de preparo e introdução de medicamentos no organismo humano, visando obter efeitos terapêuticos. Segue normas e rotinas que uniformizam o trabalho e, todas as unidades de internação, facilitando sua organização e controle.
Administração de medicamentos é um dos deveres de maior responsabilidade da equipe de enfermagem.

Para administrar medicamentos de maneira segura a enfermagem deve ter alguns cuidados:

- Preparar o medicamento em ambiente com boa iluminação;

- Evitar distração e conversas paralelas durante o preparo das medicações, diminui o risco de erros;

- Obter a prescrição médica (PM), realizar sua leitura e compreende-la, caso haja dúvida, esclarecê-la antes de iniciar o preparo da PM;

Vale ressaltar que toda medicação só pode ser prescrita por profissional competente e autorizado (p.ex.: médicos, odontólogos). Toda prescrição só pode começar a ser preparada se estiver assinada e carimbada pelo profissional habilitado para isso. Prescrição sem assinatura e sem carimbo não é uma prescrição válida.

- Utilizamos de duas regrinhas para evitar erros durante a administração dos medicamentos:
Regra dos 5 certos e a Regra das 3 leituras.

Regra dos cinco certos:

1. Identificar o paciente certo: deve-se identificar o leito e o nome do paciente (p. ex.: leito 08 – xxx);

2. Identificar o medicamento certo: p. ex.: dipirona;

3. Identificar a dose certa do medicamento a ser administrada: p.ex.: 02 ml ou 1 ampola;

4. Identificar a via certa a ser administrada: p ex.: via endovenosa (EV);

5. Identificar a hora certa a ser administrada: p ex.: 16hs

Regra das três leituras: Confira SEMPRE o rótulo da medicação. Nunca confie.

Leia você mesmo.

1. Primeira leitura: antes de retirar o frasco ou ampola do armário ou carrinho de medicamentos;

2. Segunda leitura: antes de retirar ou aspirar ao medicamento do frasco ou ampola;

3. Terceira leitura: antes de recolocar no armário ou desprezar o frasco ou ampola no recipiente.


OBS: Ter atenção em estar sempre verificando a validade do medicamento.
Não administrar medicamentos preparados por outra pessoa.

- Após interpretar e entender a prescrição médica inicia-se o preparo das medicações a serem administradas;

- Antes e após o preparo e administração das medicações as mãos devem ser lavadas;

- Lavar as mãos e preparar o material, conforme a vias de administração: bandeja, copo se Via Oral (VO), seringa e agulha do tamanho indicado para cada via, algodão e álcool a 70%;

- Realizar etiqueta de identificação de todos os medicamentos que serão preparados (conforme exemplificado acima – NÃO esquecendo as regras que devem ser utilizadas individualmente para cada medicamento a ser preparado);

- Verificar o período de validade, alterações no seu aspecto e informações sobre a diluição – não administrar sem estes cuidados prévios;

- Utilizar técnicas assépticas no preparo das medicações: não toque no medicamento com as mãos. Quando em comprimido, mantenha-o em blister, ou coloque-o em copo; se líquido, coloque-o em copo, evitando que se molhe o rótulo do frasco; se injetável, utiliza técnica asséptica durante sua aspiração;

- Verificar a integridade dos invólucros que protegem a seringa e a agulha: se estiverem molhados, rasgados ou abertos, devem ser desprezados, pois não se encontram mais estéreis;
- Deixar o local de preparo de medicação limpo e em ordem, utilizando álcool a 70% para desinfecção da bancada;

- Utilizar bandeja ou carrinho de medicação devidamente limpos e desinfetados com álcool a 70%;

- Quando da preparação de medicamentos para mais de um paciente, é conveniente organizar a bandeja dispondo-os na seqüência de administração ( por horário e por ordem dos leitos);

- Após prepará-lo com técnica, siga com a bandeja até o quarto para administração, certificando-se de todos os certos antes: Inicie a administração, chegando ao leito do paciente e chamando o cliente pelo nome e conferindo o rótulo da medicação (feito previamente) – sempre atento para os 5 certos;

- É imprescindível conhecer a técnica adequada para cada via;

- Após administração dos medicamentos, desprezar o material utilizado em local adequado, e não esquecer de lavar as mãos.

Devemos estar atento também para as seguintes observações:

- Manter a bandeja ou o carrinho de medicação sempre à vista durante a administração, nunca deixando-o junto ao paciente;

- Esclarecer ao paciente sobre o medicamento que irá receber;

- Efetuar o registro do medicamento administrado, com a hora de realização (no prontuário);

- Não deixar o medicamento na mesa de cabeceira do paciente ou permitir que terceiros administrem. Em caso de paciente consciente e medicamento VO, permanecer junto ao paciente até que o mesmo degluta o medicamento;

- Utilizar luvas sempre que houver a possibilidade de entrar em contato com secreções ou sangue do paciente;

- Todo medicamento administrado deve ser registrado na prescrição;

- Nas aplicações parenterais é importante anotar o local da administração;

- A rejeição do paciente ou familiares de um medicamento deve ser registrada no prontuário e comunicado ao médico (medicação não administrada deverá circular o horário na prescrição);

- Anotar no prontuário e comunicar ao médico qualquer reação adversa apresentada pelo paciente após uso da medicação.

Planejamento em saúde

O que é planejar

Planejar é a arte de elaborar o plano de um processo de mudança. Compreende um conjunto de conhecimentos práticos e teóricos ordenados de modo a possibilitar interagir com a realidade, programar as estratégias e ações necessárias, e tudo o mais que seja delas decorrente, no sentido de tornar possível alcançar os objetivos e metas desejados e nele preestabelecidos. Merhy define planejamento como “o modo de agir sobre algo de modo eficaz”.

No setor da saúde, o planejamento é o instrumento que permite melhorar o desempenho, aperfeiçoar a produção e elevar a eficácia e eficiência dos sistemas no desenvolvimento das funções de proteção, promoção, recuperação e reabilitação da saúde.

Planejar e gerenciar

Gerenciar – função administrativa da mais alta importância – é o processo de tomar decisões que afetam a estrutura, os processos de produção e o produto de um sistema. Implica coordenar os esforços das várias partes desse sistema, controlar os processos e o rendimento das partes e avaliar os produtos finais e resultados. Numa organização, o gerente se responsabiliza pelo uso efetivo e eficiente dos insumos, de forma a traduzi-los em produtos (serviços, por exemplo) que levam a organização a atingir os resultados que se esperam dela.

O planejamento é um processo que depende fundamentalmente de conhecer intimamente a situação atual de um sistema e definir aquela a que se pretende chegar. O plano, portanto, constitui-se no detalhamento do processo de mudança entre a situação atual e a desejada, sendo o gerente o responsável por executar essa tarefa.

É possível gerenciar sem planejar? Sim; em princípio, é aparentemente possível gerenciar sem planejar. Um gerente pode coordenar o trabalho de um sistema e manter a sua “homeostase”, isto é, obter um produto positivo em termos de uso eficiente dos insumos e recursos disponíveis para esse sistema, sem ter uma visão de como conduzir o sistema a um ponto mais alto de desenvolvimento. É como ter um motorista conduzindo bem um carro, obedecendo a todas as regras de trânsito e sabendo utilizar-se do potencial do carro, mas que não sabe para onde quer ir.

Isto é, ele não tem plano; simplesmente administra o status quo. Não raro, encontramos no setor da saúde pessoas que fazem o papel de “gerentes eficientes”, mas cujo objetivo é “apagar incêndios” e “fazer a máquina funcionar”.

Pensar estrategicamente

A realidade muda muito e rapidamente, além de ser pouco previsível. Os planos, conseqüentemente, valem muito pouco, ou melhor, sua validade é limitada ao momento específico de sua coerência com a realidade. Por isso o processo de planejamento deve englobar a capacidade de produzir tantos planos quantos necessários quando a realidade muda. O planejamento é a ferramenta que nos possibilita alcançar um ponto desejado no futuro, atravessando um caminho desconhecido entre o presente e o momento almejado. Esse processo nos permite tornar concreto esse caminho, mediante a análise das nuances da atual situação, da avaliação dos recursos disponíveis, sejam políticos, econômicos ou cognitivos, e da nossa atitude em relação ao plano que os atores que dominam esses recursos fazem, seja de apoio, oposição ou indiferença. Essa análise deverá viabilizar o cálculo das ações mais adequadas para atingirmos nossos propósitos.

Certamente, sempre haverá distintas opções de agir no sentido de lograr nossos objetivos, porém algumas mais factíveis que outras, seja pela viabilidade de recursos, ou pela oportunidade de desenvolver a ação, ou pelo prazo em que os resultados serão obtidos. E é nesse sentido que se planeja, para “explicar cada uma das possibilidades e analisar suas respectivas vantagens e desvantagens”. Assim, devemos ter sempre em mente que toda a energia aplicada no planejamento do funcionamento dos serviços de saúde deve convergir para gerar resultados e não apenas produtos. Isto é, quando planejamos o funcionamento de uma unidade do sistema municipal de saúde, com programas de atendimento a grupos de risco específicos, por exemplo, o objetivo não é as consultas produzidas, mas, sim, o resultado que esses procedimentos terão sobre a saúde dos indivíduos e o impacto que as ações planejadas terão sobre os indicadores de saúde da população.

A informação como insumo para o planejamento

Só é possível planejar tendo conhecimento do sistema sob nosso comando e do contexto em que ele se insere. O sucesso do planejamento, ou seja, a efetividade dos resultados mantém relação direta com a qualidade das informações. Na saúde, as informações necessárias dizem respeito tanto à caracterização dos equipamentos – unidades de atendimento – como das pessoas que os utilizam. Dispõe-se de uma série de indicadores e técnicas que permitem estimar a quantidade de consultas, procedimentos, internações e exames demandados ao sistema de saúde por certa clientela e calcular a capacidade instalada necessária dos serviços para garantir aquele atendimento. Em relação aos serviços, permitem calcular a capacidade instalada atual. Esses dados dão suporte à análise da adequação do sistema às necessidades da clientela.

A epidemiologia tem sido uma ferramenta bastante utilizada para definir as necessidades de saúde e auxiliar o planejamento dos serviços. É de vital importância constituir dentro da Secretaria Municipal da Saúde um serviço de informações em saúde que sistematize dados demográficos, de morbidade e mortalidade, num grau de desagregação cuja análise alimente o processo de planejamento e tomada de decisões do gestor local.

Método ALTADIR de planificação popular – MAPP

O MAPP se fundamenta nos mesmos princípios do PES e, pelas suas características operativas, constitui-se no método de eleição para planejamento no nível local, particularmente naqueles altamente descentralizados. É simples e criativo, elaborado com o objetivo de viabilizar a planificação a partir de uma base popular. Favorece o comprometimento da comunidade e de suas lideranças com a análise e enfrentamento de seus problemas em contraposição à atitude de geradores de demandas e de soluções. Porém, deve ser encarado como um método limitado à natureza e complexidade dos problemas.

Dessa forma, aplica-se à solução daqueles limitados ao espaço mais restrito do nível local assim como daqueles que não se constituam numa rede de relações muito complexas. É, portanto, um método bastante coerente com os princípios do SUS e o recomendamos como instrumento para a elaboração do planejamento de unidades básicas de saúde.

Autora: Brígida Gimenez Carvalho

Sepse e choque séptico

São fases evolutivas de quadros infecciosos que acabam levando a um comprometimento da perfusão de múltiplos órgãos, podendo provocar a disfunção dos mesmos e morte.


Nas gestantes e puérperas os principais focos infecciosos que levam aos quadros sépticos são as infecções do trato geniturinário, tais como: aborto séptico, endometrite puerperal, pielonefrite aguda, infecção ovular, tromboflebite pélvica séptica. Na sua grande maioria, os quadros sépticos são causados por bactérias aeróbias gram-negativas (E. coli, Klebsiella, Proteus, Enterobacter, Serratia), associado ou não a anaeróbios.

Diagnóstico

Fases Clínicas do Choque Séptico



Achados clínicos no caso grave


Avaliação Complementar

Hemograma com contagem leucocitária e plaquetária (leucopenia: abaixo de 5.000 e leucocitose: acima de 20.000).

Gasometria arterial e eletrólitos: alcalose respiratória inicial, seguida de acidose metabólica.

Uréia e creatinina.

Exame de urina: piúria, hematúria, bacteriúria e hematúria.

Coagulograma: tempo de protrombina (TP), tempo de tromboplastina parcial (TTP), fibrinogênio.

Lactato sérico

Culturas: as hemoculturas costumam ser negativas; dessa forma as uroculturas, culturas de material intra-uterino (inclusive líquido amniótico) e de feridas cirúrgicas podem ser úteis na identificação microbiológica. Culturas de aspirado transtraqueal ou de escarro devem ser realizadas em pacientes com sintomas respiratórios.

Eletrocardiograma: monitorização contínua.

RX de Tórax: avaliar coração e pulmões.

Estudos de imagem outros: USG, TC, RNM, se necessário, para localizar outras fontes de infecção.

Conduta

Uma paciente nessa situação deverá ser conduzida à Unidade de Terapia Intensiva. Nas gestantes o objetivo inicial do tratamento é a estabilização materna, evitando-se procedimentos cirúrgicos diante de um colapso cardiocirculatório materno, o que pode aumentar o risco de óbito. Nos demais casos, estabilizada a condição materna e não havendo indícios de comprometimento fetal, a conduta obstétrica deve ser definida.

Manter oxigenação adequada: deve-se procurar manter a PaO2 > 60 mmHg e a saturação de O2 entre 92% - 94%, com cateter nasal ou máscara de O2, podendo ser necessário ventilação assistida. Deve ser feito um controle contínuo da função pulmonar com oxímetro de pulso ou intermitentemente com gasometria arterial. Se a perfusão periférica for inadequada, ou se a hemoglobina estiver baixa, a oximetria de pulso pode ser prejudicada. A utilização de ventilação assistida vai depender dos parâmetros gasométricos e da experiência com o uso de respirador, devendo ficar, preferencialmente, a critério do intensivista ou do anestesiologista.

Manter adequada volemia: a administração rápida e controlada de soluções cristalóides pode auxiliar a garantir a boa perfusão de órgãos e tecidos. Entretanto, há o risco de edema pulmonar e SARA. Para fazer o controle da infusão, deve ser utilizado, preferencialmente, o cateter de Swan-Ganz. Se isso não for possível, fazer o controle através de medida da Pressão Venosa Central (procurando mantê-la entre 8 - 12 cm/H2O).
Expansão do volume intravascular: com agulha de grosso calibre, por meio abocath: infundir 250-300 ml de soro fisiológico 0,9% em 15 minutos. Infusões adicionais até o máximo de 2 litros podem ser administradas, monitorizando-se a melhora do estado sensorial, cor da pele, elevação da PA (procurar manter PAS acima de 90 mmHg), diminuição do pulso, monitorar com sonda vesical de demora o aumento do débito urinário (igual ou maior 30ml/h).

Instituir terapia vasopressora ou inotrópica para melhorar o débito cardíaco: caso a hipotensão não responda à infusão inicial de líquidos, emprega-se o uso de agentes inotrópicos sob monitorização central. Dopamina é a droga inicial de escolha:

Utilização de Dopamina:

Em doses baixas (1 - 3 μg/kg/min.) ativa receptores dopaminérgicos, causando vasodilatação e aumentando o fluxo renal, mesentérico, coronariano e cerebral.

Em doses intermediárias (3 - 10 μg/kg/min.) ativa receptores betaadrenérgicos, com aumento da contratilidade miocárdica e melhora da função cardíaca.

Em doses altas (acima de 10 μg/kg/min.) ativa receptores alfaadrenérgicos, causando vasoconstrição em todos os leitos vasculares (inclusive no útero e circulação uteroplacentária).
Se a dopamina não melhorar a pressão arterial, a utilização de outras drogas vai depender de diferenciar se o quadro é devido à vasodilatação persistente ou à depressão miocárdica. Se o problema for depressão miocárdica, recomenda-se terapia inotrópica (dobutamina 2-20 μg/kg/min., ou epinefrina 1-8 μg/kg/min.). Se for vasodilatação persistente, usam-se vasoconstritores periféricos (fenilefrina 20-200 μg/min., ou norepinefrina 2-8 μg/min.).

Antibioticoterapia: iniciar logo após a coleta das culturas e modificar a terapia, se necessário, quando o agente bacteriano for identificado. Os esquemas de antibioticoterapia devem ser padronizados em comum acordo entre o serviço de obstetrícia, o serviço de medicina intensiva (quando existir) e, principalmente, o serviço ou a comissão de controle de infecção do hospital. Na maioria das vezes, a associação entre antimicrobianos com ação sobre bactérias anaeróbicas e aeróbicas gram-negativas habitantes da flora geniturinária e intestinal, é a terapia indicada.

Iniciar antibioticoterapia de largo espectro, utilizando, um anaerobicida (metronidazol ou clindamicina) e um aminoglicosídeo (gentamicina ou amicacina). Se não houver resposta, associar ampicilina ao esquema adotado ou ampliar o espectro antibacteriano com outros antibióticos.

Esquemas terapêuticos:


Se não houver resposta ou se a infecção for hospitalar: imipenem/cislatatina (500 mg 6/6 horas) ou cefalosporina de 3ª geração + aminoglicosídeo.
Suspeita de Pseudomonas: incluir amicacina (5 mg/kg 8/8 horas ou 7,5 mg/kg 12/12 horas) e cefotaxima (2g 8/8 horas) ou Ceftriaxona (2g a cada 12-24 horas).

Manifestações de choque tóxico ou sinais de infecção cirúrgica por Staphylococcus aureus: nafcilina (2 g a cada 4-6 horas) + ancomicina (1 g 12/12 horas)

Paciente esplenectomizada: cefotaxima (2 g 8/8 horas) ou ceftriaxona (2 g a cada 12-24 horas).

Tratamento cirúrgico: conforme indicado para cada caso particular. A histerectomia fica reservada para situações com foco uterino confirmado ou quando há foco uterino suspeito e a paciente não melhora, apesar do tratamento instituído. A decisão pela histerectomia nos casos de não-melhora da paciente deve ser tomada em conjunto com o intensivista. Muitas vezes, em pacientes graves, retardar a histerectomia pode provocar a impossibilidade de reversão do choque. Lembrar que nesses casos está indicada a histerectomia total, com revisão dos pedículos ovarianos para detecção de trombos nesses vasos.

Fonte: Ministério da Saúde

Corioamnionite

A corioamnionite ou infecção ovular caracteriza-se como um processo inflamatório agudo e às vezes difuso das membranas extraplacentárias, placa coriônica da placenta e cordão umbilical. Pode ocorrer com membranas íntegras, mas é mais comum em casos de rotura de membranas ovulares, decorrente do tempo prolongado de rotura e/ou da realização de toques vaginais. Às vezes não há história típica de rotura de membranas ou a rotura não é percebida pela paciente.

A infecção corioamniótica é mais freqüentemente uma infecção polimicrobiana, destacando-se entre os agentes mais comuns os anaeróbicos, bastonetes aeróbios gram-negativos, estreptococos do grupo B, micoplasmas, Gardnerella vaginalis.
Os achados clínicos associados à corioamnionite aguda que se desenvolve na gravidez a termo são, freqüentemente, benignos.
Entretanto, podem ocorrer conseqüências mais drásticas, como: aumento das mortes fetais em 2,6 vezes nos casos leves e 4,1 vezes nos casos moderados ou graves. A maioria desses óbitos se relaciona à sepse.

Diagnóstico

Clínico: é sugerido pela presença, em graus variáveis, de febre, taquicardia materna ou fetal, hipersensibilidade uterina. Se houver rotura prolongada de membranas, o líquido amniótico pode apresentar odor fétido ou mostrar-se purulento.

Avaliação Laboratorial

Hemograma com contagem diferencial de leucócitos. Pode haver leucocitose ou leucopenia (conforme os agentes bacterianos envolvidos), geralmente com desvio à esquerda.

Coleta de secreção endocervical com cotonete, para bacterioscopia e cultura.

Hemoculturas.

Amniocentese: para casos com membranas íntegras onde existe a suspeita diagnóstica.

Gasometria arterial (casos mais graves ou suspeita de quadro séptico).

Conduta

Iniciar antibioticoterapia de largo espectro, utilizando, um anaerobicida (metronidazol ou clindamicina) e um aminoglicosídeo (gentamicina ou amicacina). Se não houver resposta, associar ampicilina ao esquema adotado ou ampliar o espectro antibacteriano com outros antibióticos. A utilização de penicilina como anaerobicida de 1ª escolha, reduz o espectro antibacteriano.

A via vaginal é preferencial. Deve-se iniciada a indução de parto, desde que não exista contra-indicação obstétrica e a situação clínica materna permita um tempo de espera na resolução do quadro, que não deve ser superior a 12 ou, no máximo, 24 horas.

Se for indicada uma cesariana, proteger a cavidade com compressas, para reduzir a contaminação bacteriana intraperitoneal.
Lavar cavidade, fazer suturas com pontos separados, inclusive no útero infectado. Avaliar no intra-operatório a responsividade uterina aos ocitócicos. Colocar drenos intraperitoneais se houver dúvida quanto à possibilidade de formação de abscessos.

Complicações


Técnica operatória para cesariana com corioamnionite

A histerotomia em pacientes com a cavidade uterina contaminada ou infectada, coloca em contato direto a flora bacteriana uterina com a cavidade peritonial. Daí a necessidade de promover-se uma técnica operatória diferenciada para diminuir ao máximo a contaminação:

A antibioticoterapia deve ser iniciada no pré-operatório para os casos de corioamnionite.

Considerar, em alguns casos, a laparotomia longitudinal infraumbilical que, por não descolar a aponeurose, tem menos risco de abscessos de parede.

Proteção da cavidade peritoneal superior, com a colocação de duas compressas protetoras, uma em cada goteira parietocólica, antes da histerotomia.

Manter o decúbito da paciente em céfalo-aclive, para evitar a passagem de material contaminado para o abdome superior.

Histerorrafia com fio de absorção lenta (vicril), número zero, que tem menos risco de deiscência frente a um quadro de endometrite.

Lavagem da pelve com soro fisiológico morno após a histerorrafia.

Trocar luvas após dequitação.

Fonte: Ministério da Saúde

Pielonefrite aguda

A pielonefrite aguda (PNA) é definida como "infecção do trato urinário alto", que afeta principalmente o Sistema Coletor Renal, de forma aguda.

Diagnóstico



Exames Laboratoriais

Urocultura com antibiograma - Contagem de colônias de bactérias igual ou maior
100 mil do mesmo organismo

Urina tipo I - O exame negativo não afasta infecção. Caracteriza-se por apresentar piúria (acima de 10 piócitos por campo), hematúria e bacteriúria. Não substitui a Urocultura.

Hemograma

Uréia/creatinina sérica - Creatinina maior que 0,8 pode ser indicativo de disfunção renal.

Conduta

Internação Hospitalar: para tratamento, antibiótico endovenoso e vigilância de complicações (ex.: trabalho de parto prematuro, sepse).

Hidratação: com soro fisiológico, mantendo uma diurese de 30 a 50 ml/hora. Não realizar sondagem vesical e restringir a cateterização vesical suprapúbica apenas aos casos graves.

Antibioticoterapia: iniciar imediatamente após coleta dos exames.
Administração endovenosa até a paciente se tornar afebril por 24 a 48 horas, passando a utilizar a via intramuscular ou a oral até o final do tratamento. Conforme a gravidade, o agente bacteriano isolado e o antibiótico utilizado, o tratamento variará de 7 a 14 dias.

Tabela 1Antibióticos recomendados para o tratamento inicial da PNA na gravidez, sem complicações maternas e fetais.


Infecções urinárias recorrentes ou que não respondem ao tratamento devem ser investigadas com exames complementares: hemocultura, RX de tórax e ultra-som.

Tabela 2Antibióticos recomendados para o tratamento de manutenção da PNA na gravidez sem complicações maternas e fetais.


Após o término do tratamento de manutenção, repetir urocultura com antibiograma. Por causa da possibilidade de recorrência (34%), fazer uma urocultura mensalmente até o parto. Todas as gestantes com bacteriúria sintomática ou assintomática, confirmadas com urocultura, devem ser tratadas.
A terapia antimicrobiana supressiva (profilática) está indicada para evitar a recorrência (nitrofurantoína 100 mg/dia). Se houver persistência da bacteriúria, uma avaliação urológica após o parto deve ser realizada.

Antibióticos contra-indicados para tratamento da PNA durante a Gravidez

Sulfametoxazol/trimetropim
Tetraciclina
Eritromicina (estolato)
Cloranfenicol
Fluoroquinolonas

Fonte: Ministério da Saúde

Abortamento infectado

Os casos de abortamento constituem a terceira causa de morte materna no Brasil.
No Sistema Único de Saúde são atendidas, anualmente, cerca de 250.000 mulheres com complicações de aborto.

Diagnóstico

Clínico

O diagnóstico de aborto séptico deve ser considerado quando uma mulher em idade reprodutiva apresenta atraso menstrual, sangramento vaginal, acompanhado de dor abdominal e febre. Pode ser espontâneo ou provocado por instrumentos como sondas, cateteres, agulhas, grampos, etc. Algumas vezes, decorre de um quadro de membranas rotas, não percebido pela paciente. Outros sinais e sintomas vão ocorrer dependendo da gravidade do caso:

Sudorese/calafrios
Taquicardia/taquisfigmia/taquipnéia
Hipotensão arterial
Cianose
Icterícia
Agitação/obnubilação
Choque séptico

Exame Físico

Nos casos de aborto em curso ocorre a saída de restos ovulares pelo colo uterino, que freqüentemente estará pérvio, podendo ou não haver odor fétido e secreção purulenta. Eventualmente, poderá ser observada alguma lesão decorrente da manipulação de genitais por instrumental. Em casos mais graves, o toque vaginal pode demonstrar amolecimento e dor uterina ou anexial, além de sensação de crepitação. Se houver formação de abscesso pélvico, este pode estar bloqueado por alças, levando a peritonismo localizado, ou haver dor difusa abdominal (peritonite). A localização mais freqüente de abscesso é no fundo de saco posterior, podendo ser percebido ao toque (grito de Douglas) e confirmado pela cuidocentese.

Diagnóstico Diferencial

Aborto evitável / ameaça de aborto
Corioamnionite com membranas integras
Infecção urinária
Febre por uso de misoprostol
Apendicite
Outras patologias febris e/ou hemorrágicas

Complicações

Endomiometrite
Perfuração uterina
Necrose miometrial
Piossalpinge/abscessos tubo-ovarianos
Tromboflebite pélvica/embolia séptica
Pelviperitonite/Abscessos pélvicos
Peritonite generalizada
Choque séptico


Nos abortos provocados com o uso de instrumentos rígidos, aumenta a possibilidade de perfuração uterina ou de fundo de saco. Algumas substâncias químicas instiladas dentro da cavidade uterina podem provocar necrose miometrial. A infecção por Clostridium perfringens pode levar a um quadro de anemia hemolítica fulminante e insuficiência renal aguda, com a descrição de uma tríade sintomática clássica: hemoglobinúria, anemia e cianose perioral.

Avaliação Laboratorial

Hemograma com contagem de plaquetas: dependendo do agente bacteriano causador, haverá leucocitose ou leucopenia. A leucopenia pode significar um quadro decorrente da ação de agentes aeróbios gram-negativos. Em situações de maior gravidade detecta-se o consumo plaquetário, demonstrado por contagem plaquetária inferior a 100.000. Em caso de suspeita de hemólise (anemia hemolítica), considerar a possibilidade de infecção por Clostridium.

Tipagem sanguínea: obrigatória, pela eventual necessidade de transfusão sanguínea, e também para prevenção de aloimunização Rh.
Para as pacientes com Rh negativo é obrigatório o uso de imunoglobulina anti-Rh.

Urina tipo I ou EAS - elementos anormais e sedimento urinário: serve como diagnóstico diferencial de infecção urinária e para avaliar presença de hemoglobina na urina.
Uréia/creatinina: importante para controle de função renal, que pode ser alterada pelo quadro infeccioso, pela coagulopatia e pelo uso de antibióticos.

Coagulograma: indicado para diagnóstico de quadros subclínicos e clínicos de coagulação intravascular. São exames de triagem, o Tempo de Protrombina (RNI), Tempo de Tromboplastina Parcial (R) e o Tempo de Trombina. Poderão ser dosados, também, o fibrinogênio e os produtos de degradação da fibrina, dependendo da gravidade de um quadro hemorrágico e da alteração dos exames de triagem.

Hemocultura: realizar culturas para aeróbios e anaeróbios. Considerar que em quadros sépticos por gram-negativos, muitas vezes é a endotoxina bacteriana que está agindo sistemicamente, podendo as hemoculturas resultarem negativas.
Cultura de secreção endocervical e de material endometrial: exame importante para detectar a(s) bactéria(s) causadora(s) da infecção. Há necessidade de culturas para aeróbios e anaeróbios. Embora alguns agentes não sejam detectados pelos meios de cultura convencionais, esse exame pode colaborar no diagnóstico e orientar o tratamento, principalmente quando não há resposta ao tratamento proposto.

Espécimens endometriais possibilitam melhor informação que os cervicais.

Bilirrubina: quando a paciente demonstrar icterícia ou na suspeita de anemia hemolítica.

Ultra-som: avaliação de restos ovulares intra-uterinos e diagnóstico de complicações, como bolhas de gás em parede miometrial, comprometimento anexial e presença de abscessos.

RX de abdômen: auxiliar em casos de suspeita de corpo estranho intrauterino e em situações onde há suspeita de perfuração uterina ou intestinal.

RX de tórax: na suspeita de embolia pulmonar por desprendimento de êmbolos sépticos, relacionados à trombofletite pélvica.

Tomografia computadorizada do abdômen: complementar ao ultra-som nos casos de massas intra-abdominais.

Conduta

A conduta proposta deverá ser individualizada segundo a gravidade do quadro, semana de gravidez e se o aborto é retido ou não.

Punção de veia de grosso calibre com agulha calibrosa, para colher exame, garantir infusão de soros e sangue em caso de agravamento do quadro.
Hidratação com Soro Fisiológico 0,9%, procurando manter a pressão arterial em níveis aceitáveis e uma diurese/hora > 30 ml.
Iniciar antibioticoterapia de largo espectro, utilizando, um anaerobicida (metronidazol ou clindamicina) e um aminoglicosídeo (gentamicina ou amicacina). Se não houver resposta, associar ampicilina ao esquema adotado ou ampliar o espectro antibacteriano com outros antibióticos.
A escolha deve ser definida com a Comissão de Infecção Hospitalar. A associação de ampicilina ao esquema acima pode ajudar a eliminar o Streptotoccus faecalis (enterococo). A seguir, como guia um quadro resumido de antibióticos de maior utilização nessa condição patológica.

É importante levar em conta não só a necessidade de cobertura antibiótica, mas, também, a questão dos custos envolvidos. O esquema preferencial de tratamento é a associação da gentamicina com a clindamicina.



As pacientes deverão permanecer com terapia IV por, pelo menos, 24 a 48 horas após o último pico febril. A amicacina dá melhor cobertura a bacilos gram-negativos resistentes, sendo mais indicada em pacientes com queda da imunidade. Em pacientes com insuficiência renal a gentamicina e a amicacina podem ser usadas com fator de correção ou substituídas por aztreonam. O metronidazol é menos efetivo que a clindamicina na cobertura de gram-negativos anaeróbios resistentes.

Administrar drogas que aumentem o tônus e a contratilidade uterina, tanto para provocar a eliminação de restos ovulares quanto para permitir um esvaziamento cirúrgico mais seguro.

Ocitocina: usar na dose de 20 U em 500 ml de soro fisiológico ou soro glicosado 5%, infundindo 20 a 30 gotas/minuto.

Misoprostol (200 mcg): colocar um comprimido no fundo de saco posterior cada 6 a 8 horas, podendo associar com o uso por via oral.
O uso de ocitócitos/misoprostol deverá ser com os devidos cuidados (cicatriz anterior/hipertrofias uterinas).

Se a idade gestacional for inferior a 12 semanas, realizar esvaziamento uterino após a instalação dos antibióticos. O esvaziamento uterino pode ser feito com as drogas acima ou, de maneira mais rápida e efetiva, por intervenção cirúrgica: aspiração manual intra-uterina (AMIU - para abortos precoces), vácuoaspiração ou curetagem.

Se a idade gestacional for superior a 12 semanas e o canal cervical estiver impérvio, desde que o quadro clínico esteja estável e não exista indicação emergencial de esvaziamento uterino, administrar misoprostol ou ocitocina para conseguir a dilatação cervical e eliminação do feto, seguida de curetagem uterina.
Após o esvaziamento, manter drogas uterotônicas e antibioticoterapia terapêutica.

A manutenção de quadro febril apesar das medidas adotadas como descrito, deve fazer pensar em complicações clínicas (cobertura antibiótica inadequada, tromboflebite pélvica, febre induzida por drogas, etc) e cirúrgicas (perfuração uterina, miometrites graves, abscessos, etc).

Laparotomia: reservada para situações mais graves, incluindo presença de massas anexiais, suspeita de perfuração uterina, gangrena uterina, sepse, ou na falha das medidas clínicas usuais. A opção por intervenção cirúrgica deve levar em conta a possibilidade de realização de histerectomia total ou, até, histerectomia + anexectomia bilateral. A evolução de quadros graves (não-resposta terapêutica, piora clínica significativa, choque, evidência de necrose uterina) é melhor após histerectomia. Em cirurgias desse tipo, sempre avaliar trombose de veias uterinas e ovarianas. Se ocorrer abscesso(s) cavitário(s), haverá necessidade de procedimentos cirúrgicos mais complexos, podendo chegar a intervenções sobre alças intestinais e outros órgãos abdominais.

Outro aspecto importante dos quadros cirúrgicos é a existência de coagulopatia hemorrágica já instalada, o que exigirá avaliação hematológica prévia e suporte hemoterápico garantido para o procedimento cirúrgico. Como trata-se de caso com infecção intraabdominal em paciente com distúrbio de coagulação, é fundamental deixar a cavidade abdominal com drenagem, que pode ser feita com drenos de penrose ou tubulares. O fechamento da cavidade abdominal deverá levar em conta as condições físicas e clínicas da paciente, bem como o sucesso da cirurgia e suas complicações. Em pacientes com possibilidade de nova(s) laparotomia(s), não fechar a parede em sua totalidade, adotando algum esquema alternativo (pontos totais ou subtotais).

Se o quadro febril da paciente não melhora e não há indicação cirúrgica, pode estar ocorrendo tromboflebite pélvica. Frente a essa possibilidade diagnóstica, deve-se usar heparina como teste terapêutico.

Utilização de Heparina: a heparina clássica é a de alto peso molecular.
Pode ser administrada por via endovenosa ou via subcutânea.

Dose terapêutica: 5.000 UI IV, seguida de 700 a 2.000 UI por hora, devendo ser feito controle de TTPA de 4/4 horas. O nível terapêutico será atingido quando elevar o TTPA (R) em 1,5 a 2 vezes o valor médio.
Após estabilização do TTPA e da dose, o controle laboratorial pode ser diário. As principais complicações do tratamento são a hemorragia e a trombocitopenia.

Profilaxia de embolia pulmonar: heparina de alto peso molecular em doses baixas (5.000 UI, subcutâneo, cada 8 a 12 horas) – não requer controle laboratorial, já que o TTPA não é prolongado. Hoje existem disponíveis heparinas de baixo peso molecular (7.000 daltons), que produzem alterações mínimas nos testes de coagulação e possuem meia-vida mais prolongada – dose diária na profilaxia é de 7.500 UI cada 24 horas.

Fonte: Ministério da Saúde

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Dicionário alimentaçao e nutrição

Os verbetes estão organizados em ordem alfabética e estruturados de acordo com o seguinte padrão:

ENTRADA + GÊNERO + NÚMERO + SINÔNIMO + DEFINIÇÃO ou ⇒ ± REMISSIVA DA DEFINIÇÃO + NOTA + REMISSIVA DA NOTA



A

Ácido graxo, masc. É a unidade química constituinte da gordura, tanto de origem animal quanto vegetal. Nota: o ácido graxo pode ser poliinsaturado, monoinsaturado ou saturado. Ver Gordura.

Aleitamento materno, masc. Conjunto de processos – nutricionais, comportamentais e fisiológicos – envolvidos na ingestão, pela criança, do leite produzido pela própria mãe, seja diretamente no peito ou por extração artificial. Nota: recomenda-se o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade e de maneira complementar até os 2 anos ou mais. Ver Alimentação complementar adequada e oportuna; Amamentação exclusiva; Desmame.

Alimentação, fem. Processo biológico e cultural que se traduz na escolha, preparação e consumo de um ou vários alimentos.

Alimentação complementar adequada e oportuna, fem. Aquela que se inicia como complemento ao aleitamento materno, a partir dos 6 meses de vida com dietas adequadas em quantidade e qualidade (consistência, nutrientes e calorias). Ver Alimentos complementares ou de transição; Amamentação exclusiva; Desmame; Transição alimentar.

Alimentação equilibrada, fem. Ver sin. Alimentação saudável.

Alimentação saudável, fem. Sin. Alimentação equilibrada. Padrão alimentar adequado às necessidades biológicas e sociais dos indivíduos e de acordo com as fases do curso da vida. Notas: i) Deve ser acessível (física e financeiramente), saborosa, variada, colorida, harmônica e segura quanto aos aspectos sanitários. ii) Esse conceito considera as práticas alimentares culturalmente referenciadas e valoriza o consumo de alimentos saudáveis regionais (como legumes, verduras e frutas), sempre levando em consideração os aspectos comportamentais e afetivos relacionados às práticas alimentares.

Alimento, masc. Substância que fornece os elementos necessários ao organismo humano para a sua formação, manutenção e desenvolvimento. Nota: o alimento é a substância ou mistura de substâncias em estado sólido, líquido, ou pastoso, adequadas ao consumo humano.

Alimento artificial, masc. Alimento preparado com o objetivo de imitar o alimento natural, cuja composição contenha, de forma preponderante, substância não encontrada no alimento a ser imitado. Ver Alimento.

Alimentos complementares ou de transição, masc. pl. Sin. Alimento de transição para lactentes e crianças de primeira infância. Aqueles que se oferece à criança em complementação ao leite materno e que são preparados de modo a oferecer uma dieta de consistência gradativamente maior até que ela possa receber a dieta da família, junto com o leite materno. Nota: atualmente, está em desuso o termo alimentos de desmame para não dar a idéia de que a introdução de outro alimento na dieta da criança implica a suspensão do leite materno. Ver Alimento; Alimentação complementar adequada e oportuna.

Alimento de transição para lactentes e crianças de primeira infância, masc. Ver sin. Alimentos complementares ou de transição.

Alimento diet, masc. Sin. Diet. Alimento industrializado em que determinados nutrientes como proteína, carboidrato, gordura, sódio, entre outros, estão ausentes ou em quantidades muito reduzidas, não resultando, necessariamente em um produto com baixas calorias. Ver Alimento; Alimento light.

Alimento enriquecido, masc. Ver sin. Alimento fortificado.

Alimento fortificado, masc. Sin. Alimento enriquecido. Alimento ao qual se adicionam nutrientes essenciais para atender aos seguintes objetivos: a) reforçar o valor nutritivo; b) prevenir ou corrigir deficiência demonstrada em um ou mais nutrientes da alimentação da população ou em grupos específicos. Ver Alimento; Enriquecimento de alimento.

Alimento in natura, masc. Alimento ofertado e consumido em seu estado natural, sem sofrer alterações industriais que modifiquem suas propriedades físico-químicas (textura, composição, propriedades organolépticas). Nota: as frutas e o leite fresco são exemplos de alimentos in natura. Ver Alimento.

Alimento integral, masc. Alimento pouco ou não-processado e que mantém em perfeitas condições o conteúdo de fibras e nutrientes. Nota: não existe legislação que defina esse tipo de alimento.
Ver Alimento.

Alimento light, masc. Sin. Light. Alimento produzido de forma que sua composição reduza em, no mínimo, 25% o valor calórico e/ou os seguintes nutrientes: açúcares, gordura saturada, gorduras totais, colesterol e sódio, comparado com o produto tradicional ou similar de marcas diferentes. Ver Alimento; Alimento diet.

Alimentos para fins especiais, masc. pl. Alimentos especialmente formulados ou processados, nos quais se introduzem modificações no conteúdo de nutrientes, adequados às utilizações em dietas, diferenciadas e ou opcionais, atendendo às necessidades de pessoas em condições metabólicas e fisiológicas específicas. Ver Alimento.

Alimento seguro, masc. Alimento que não causa dano à saúde quando preparado ou consumido de acordo com seu propósito de uso. Ver Alimento.

Amamentação exclusiva, fem. Uso de leite materno, habitualmente até os 6 meses de vida, como único alimento da criança, não sendo admitidos chás ou água como exceção. Ver Aleitamento materno; Alimentação complementar adequada e oportuna; Desmame.

Análise de perigos e pontos críticos de controle, fem. Análise de processos de coleta e de avaliação de informações sobre perigos físicos, químicos e biológicos a que estão sujeitos os alimentos durante o processo produtivo das refeições, desde a aquisição de gêneros, passando pelo processamento, até a distribuição. Nota: essa análise também estima a severidade e garante a inocuidade dos alimentos durante seu processamento.

Anemia, fem. Redução dos níveis de hemoglobina no sangue para valores abaixo dos limites estabelecidos como normais, de acordo com a idade, o sexo e a condição fisiológica.

Anorexia nervosa, fem. Distúrbio alimentar multi determinado por fatores biológicos, psicológicos, familiares e culturais de fundo psicológico caracterizado por: a) recusa à alimentação; b) perda excessiva de peso; c) medo de engordar; d) distorção da imagem corpórea. Nota: esse tipo de distúrbio tem conseqüências sociais, nutricionais e emocionais. Ver Distúrbios nutricionais.

Apoio alimentar, masc. Sin. Assistência alimentar. Doação pessoal ou institucional de um ou vários alimentos para pessoas desnutridas ou em risco de desnutrição. Nota: o mesmo que suplementação alimentar ou, em alguns países, assistência alimentar. Ver Suplementação alimentar.

Assistência alimentar, fem. Ver sin. Apoio alimentar.

Atitude de vigilância, fem. É o olhar diferenciado do profissional de saúde para cada indivíduo, grupo e/ou fase do curso da vida. Nota: utiliza-se a informação gerada rotineiramente, de forma imediata, para repensar a prática do serviço de saúde qualificando a assistência prestada àqueles indivíduos que procuram atendimento.

Avaliação antropométrica, fem. Avaliação do crescimento físico e, por extensão, do estado nutricional por meio de medidas de peso e de altura e, de forma complementar, de outras medidas como perímetros, circunferências e dobras cutâneas.

B

Baixo peso ao nascer, masc. Classificação dada às crianças nascidas vivas com menos de 2.500 gramas.

Banco de leite humano, masc. Centro especializado, responsável pela promoção do incentivo ao aleitamento materno e à execução das atividades de coleta, processamento, estocagem e controle de qualidade do leite humano extraído artificialmente, para posterior distribuição, sob prescrição de médico ou nutricionista.

Bem estar nutricional, masc. Estado orgânico em que as funções de consumo e de utilização de energia alimentar e de nutrientes se fazem de acordo com as necessidades biológicas do indivíduo.

Boas práticas de fabricação de alimentos, fem. pl. Procedimentos necessários para garantir a qualidade dos alimentos. Nota: o regulamento que estabelece os procedimentos necessários para a garantia da qualidade higiênico-sanitária dos alimentos preparados é a Resolução RDC n.º 216, de 2004, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), denominado Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação.

Bócio, masc. Aumento significativo da glândula tireóide que passa a extrapolar seus limites normais.

Bulimia, fem. Distúrbio alimentar multi determinado por fatores biológicos, psicológicos, familiares e culturais de fundo psicológico, caracterizado pelo impulso irresistível de comer seguido por sentimento de culpa e de vergonha, o que faz com que a pessoa provoque vômito e use laxativos e/ou diuréticos de maneira exagerada. Ver Distúrbios nutricionais.

C

Cadeia alimentar, fem. Etapas que envolvem a obtenção do alimento, desde a produção da matéria-prima até o consumo.

Caráter intersetorial, masc. Aspecto que considera a co-responsabilidade de dois ou mais de dois setores do governo em relação às causas ou às soluções dos problemas de alimentação e nutrição.

Carência nutricional, fem. Situação em que deficiências gerais ou específicas de energia e nutrientes resultam na instalação de processos orgânicos adversos para a saúde. Ver Deficiência nutricional.

Composição dos alimentos, fem. Descrição do valor nutritivo dos alimentos e de substâncias específicas existentes neles, como vitaminas, minerais e outros princípios.

Controle de doenças coexistentes, masc. Medidas para prevenir e curar a ocorrência de doenças que agravam o estado nutricional.

Crescimento, masc. Processo dinâmico e contínuo que engloba o desenvolvimento físico do corpo, a substituição e a regeneração de tecidos e órgãos humanos. Nota: esse processo é considerado como um dos melhores indicadores de saúde da criança, em razão de sua estreita dependência de fatores sociais e ambientais, tais como, alimentação, ocorrência de doenças, cuidados gerais e condições de vida no passado e no presente.

Crescimento compensatório, masc. Aumento da velocidade de crescimento, superior ao esperado para a idade, após uma desaceleração no ritmo de crescimento devido à ocorrência de desnutrição ou doenças infecciosas. Ver Crescimento.

Cretinismo, masc. Retardo mental resultante da ação adversa da deficiência de iodo na maturação do sistema nervoso da criança. Ver Deficiência primária de iodo; Idiotia; Iodo dependente.

Critério de sanidade dos alimentos, masc. Princípios e normas para assegurar que os alimentos tenham bom valor nutritivo e não apresentem contaminantes físicos, químicos e biológicos prejudiciais à saúde dos consumidores.

Cuidados nutricionais específicos, masc. pl. Ações recomendadas para situações peculiares de riscos nutricionais, como a anemia, o bócio, a hipovitaminose A e outras condições.

D

Deficiência de ferro, fem. Estado orgânico de carência desse micronutriente, que ocorre quando: o consumo alimentar de ferro biodisponível é baixo; as perdas de sangue são elevadas; o aumento dos requerimentos por processos infecciosos e ou febris; ou, ainda, quando ocorrem simultaneamente essas duas condições, diminuindo o estoque corporal de ferro, podendo resultar no aparecimento de anemia.

Deficiência de micronutrientes, fem. Estado orgânico, caracterizado pela carência, em miligramas ou microgramas diárias, de princípios nutritivos, tais como vitamina A, ferro, iodo e zinco.

Deficiência energético-protéica, fem. Ver sin. Desnutrição energético-protéica.

Deficiência nutricional, fem. Estado orgânico que resulta de um processo em que as necessidades fisiológicas de nutrientes não estão sendo atendidas. Nota: a deficiência nutricional pode ser decorrente tanto de problemas alimentares quanto de problemas orgânicos. Ver Desnutrição.

Deficiência primária de iodo, fem. É a insuficiência de iodo no organismo, inicialmente atribuída à baixa ingestão desse micronutriente. Ver Cretinismo; Idiotia; Iodo dependente.

Déficit de altura, masc. Atraso no crescimento estatural de um indivíduo em relação aos padrões de normalidade de crescimento físico, de acordo com sexo e idade.

Deficit antropométrico, masc. Atraso nas relações peso/idade, peso/altura, altura/idade, tomando-se como referência as tabelas de normalidade convencionalmente recomendadas. Pode referir- se a outros índices de medidas corporais.

Desenvolvimento, masc. Refere-se ao aparecimento e aperfeiçoamento de funções, como a linguagem, a habilidade motora, as funções cognitivas, a maturidade psíquica e outras.

Desmame, masc. Processo gradual que se inicia com a introdução de qualquer alimento na dieta da criança que não seja o leite materno, incluindo os chás e a água, e que termina com a suspensão completa do leite materno. Notas: i) Termo em desuso, pois está associado à cessação imediata do aleitamento materno. ii) A introdução de outro alimento na dieta da criança, a partir dos 6 meses de idade, não implica a suspensão súbita do leite materno que deve continuar sendo oferecido junto com alimentos complementares ou de transição, idealmente, até os 2 anos de idade ou mais. iii) Esse termo está sendo substituído por introdução de alimentação complementar adequada e oportuna. Ver Aleitamento materno; Alimentação complementar adequada e oportuna; Alimentos complementares ou de transição; Amamentação exclusiva; Transição alimentar.

Desnutrição, fem. Expressão biológica da carência prolongada da ingestão de nutrientes essenciais à manutenção, ao crescimento e ao desenvolvimento do organismo humano. Notas: i) É um processo orgânico, determinado socialmente, na medida em que o sistema político-econômico regula o grau de acesso aos alimentos. ii) Esse estado refere-se normalmente ao tipo de desnutrição energético-protéica. Ver Deficiência nutricional; Desnutrição energético-protéica.

Desnutrição crônica, fem. Processo caracterizado pela carência pregressa da ingestão e utilização de nutrientes pelo organismo humano. Nota: o processo manifesta-se no déficit de altura. Ver Deficiência nutricional; Desnutrição; Desnutrição energético-protéica.

Desnutrição energético-protéica, fem. Sin. Deficiência energética- protéica. Estado orgânico nutricional resultante da ingestão insuficiente de calorias e proteínas por um indivíduo. Ver Deficiência nutricional; Desnutrição; Desnutrição crônica.

DHAA, masc. ⇒ Direito humano à alimentação adequada.

Diabetes, fem. ou masc. Processo de intolerância à glicose, que se traduz, convencionalmente, na elevação do açúcar no sangue e sua presença eventual na urina. Notas: i) Doença não transmissível, com implicações diretas no estado nutricional. ii) A variante diabete é menos usual.

Diet, fem. ou masc. Ver sin. Alimento diet.

Dieta, fem. 1 – Alimentação geral que serve de padrão para os indivíduos. 2 – Tipo de alimentação específica recomendada a um indivíduo para atender às necessidades terapêuticas.

Digestão, fem. Processo fisiológico pelo qual os alimentos ingeridos são reduzidos a substâncias assimiláveis pelo organismo e transferidos para a corrente sangüínea.

Direitos humanos, masc. pl. Conjunto de princípios aprovado pela Assembléia Geral das Nações Unidas, na Declaração Universal dos Direitos do Homem, que estabelece os direitos fundamentais do ser humano.

Direito humano à alimentação adequada, masc. Sin. DHAA. Direito humano indivisível, universal e não discriminatório que assegura a qualquer ser humano uma alimentação saudável e condizente com seus hábitos culturais. Nota: para a garantia do DHAA, é dever do Estado estabelecer políticas que melhorem o acesso das pessoas aos recursos para produção ou aquisição, seleção e consumo dos alimentos, por meio da elaboração e implementação de políticas, programas e ações que promovam sua progressiva realização.

Dislipidemia, fem. Alteração, quase sempre por excessos, nos teores de lipídios ou gorduras do sangue, como o colesterol e os triglicerídeos.

Distúrbios nutricionais, masc. pl. São problemas de saúde relacionados ao consumo inadequado de alimentos (tanto por escassez quanto por excesso) e à carência de nutrientes e/ou micronutrientes como ferro, ácido fólico, iodo e vitamina A, entre outros. Notas: i) Tanto a desnutrição quanto a obesidade são distúrbios nutricionais. ii) Outros exemplos relevantes para a saúde pública, em termos de magnitude, são a anemia ferropriva, a hipovitaminose A e o bócio endêmico.

Doenças da nutrição, fem. pl. Representação da grande variedade de doenças que resultam do baixo consumo, do consumo excessivo ou do desequilíbrio prolongado da ingestão e utilização de princípios nutritivos que devem ser harmonicamente combinados. Nota: configuram essas situações: bócio, deficiências nutricionais, desnutrição, etc. Ver Dislipidemia; Obesidade.

E

Endemias carenciais, fem. pl. Doenças carenciais que ocorrem com freqüência regular, praticamente constante, e com prevalência acima dos limites tolerados como normais. Nota: são exemplos de doenças carenciais: a anemia ferropriva, a desnutrição energéticoprotéica e o bócio.

Enriquecimento de alimentos, masc. Adição de determinados nutrientes a alimentos com baixo conteúdo em relação a determinados princípios nutritivos. Nota: são exemplos de nutrientes: vitaminas, sais minerais, etc. Ver Alimento fortifi cado; Nutriente.

Endef, masc. ⇒ Estudo Nacional da Despesa Familiar.

Estado nutricional, masc. Resultado do equilíbrio entre o consumo de nutrientes e o gasto energético do organismo para suprir as necessidades nutricionais, em plano individual ou coletivo. Nota: há três tipos de manifestação: adequação nutricional, carência nutricional e distúrbio nutricional.

Estresse, masc. Estado gerado por estímulos adversos, com diferentes impactos físicos, psíquicos e nutricionais. Nota: também chamado de tensão.

Estudo Nacional da Despesa Familiar, masc. Sin. Endef. Pesquisa domiciliar realizada com o objetivo de obter informações sobre o consumo alimentar das famílias. Notas: i) Essa pesquisa, feita pelo IBGE entre agosto de 1974 e agosto de 1975, permitiu uma avaliação ampla de aspectos quantitativos e qualitativos do estado nutricional das famílias. ii) Nessa pesquisa, foram registrados todos os produtos consumidos, sua origem e, quando comprados, os locais de aquisição. iii) Essas informações permitiram a identificação e a caracterização das atividades profissionais dos membros da família. iv) Houve também avaliação antropométrica em que se observou o peso, a altura e a circunferência do braço esquerdo.

Eutrofia, fem. Estado nutricional adequado. Nota: manifestação produzida pelo equilíbrio entre o consumo e as necessidades nutricionais.

F

Ferro medicamentoso, masc. Composto orgânico ou inorgânico de ferro usado para prevenção e tratamento das anemias.

Fome Zero, masc. Estratégia de governo que se integra à Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional direcionada a grupos da população mais vulneráveis à insuficiência alimentar, para combater a fome e as suas causas estruturais que geram a exclusão social. Nota: a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional visa a garantir a todos os brasileiros condições de acesso a alimentos seguros e de qualidade, em quantidade suficiente e de modo permanente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais e com base em práticas alimentares saudáveis, contribuindo, assim, para uma existência digna em um contexto de desenvolvimento integral do ser humano. Ver Segurança Alimentar e Nutricional.

Fracionamento de alimentos, masc. Operações por meio das quais se divide um alimento sem modificar a sua composição original.

G

Gordura, fem. Sin. Lipídio. Substância de origem vegetal ou animal, composta de triglicerídeos e de pequenas quantidades de fosfolipídios. Notas: i) Essa substância é insolúvel em água. ii) É um macronutriente que faz parte da composição de vários alimentos, como carnes, laticínios, manteiga. iii) Na alimentação saudável, ela deve compor cerca de 30% da dieta.

Gordura trans, fem. Tipo específico de gordura formada por meio de um processo de hidrogenação natural (na gordura de animais ruminantes) ou industrial. Notas: i) Essas gorduras estão presentes na maioria dos alimentos industrializados, em concentrações variáveis. ii) Os alimentos de origem animal, como a carne e o leite, possuem pequenas quantidades de gorduras trans. iii) A gordura hidrogenada é um tipo especifico de gordura trans produzido pela industria. iv) O processo de hidrogenação industrial que transforma óleos vegetais líquidos em gordura sólida à temperatura ambiente é utilizado para melhorar a consistência dos alimentos e o tempo de prateleira de alguns produtos; v) A gordura trans (hidrogenada) é prejudicial à saúde, podendo contribuir para o desenvolvimento de algumas doenças crônicas como dislipidemias. Ver Gordura; Hidrogenação.

Grupo de alimentos, masc. Conjunto de alimentos in natura ou processados que são agrupados de acordo com os principais nutrientes que os compõem. Nota: de acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira, os alimentos são classificados em cinco grupos principais: a) cereais, tubérculos e raízes, fontes preferenciais de carboidratos; b) frutas, legumes e verduras, ricos em fibras alimentares, vitaminas e minerais; c) feijões e outros alimentos vegetais ricos em proteínas e fibras; d) leite e derivados, carnes e ovos, fontes de proteína animal; e) gorduras, açúcares e sal, alimentos cujo consumo deve ser reduzido por estarem associados ao maior risco de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) como obesidade, hipertensão, diabetes, doenças cardíacas e alguns tipos de câncer; gorduras e açúcares são alimentos com alta densidade de energia; o principal componente do sal é o sódio.

Grupos biológicos, masc. pl. Designativo de riscos induzidos por fatores biológicos. Ver Vigilância nutricional; Vigilância de irmãos e contatos.

Guia alimentar, masc. Instrumento informativo que define as diretrizes do País sobre alimentação saudável visando à promoção da saúde. Nota: elaborado com base no cenário epidemiológico-nutricional e no contexto socioeconômico e cultural do País, apresenta um conjunto de recomendações destinadas à população em geral e traduz os conhecimentos científicos sobre alimentação e nutrição em mensagens práticas, facilitando a seleção dos alimentos e orientando sobre a forma e a quantidade em que devem ser consumidos.

H

Hábitos saudáveis, masc. pl. Conjunto de atos e atitudes que visam à manutenção da saúde e qualidade de vida. Nota: constituem hábitos saudáveis: a) alimentação adequada e balanceada; b) prática regular de atividade física; c) convivência social estimulante; d) busca, em qualquer fase da vida, de atividades ocupacionais prazerosas e de mecanismos de atenuação do estresse.

Hábitos alimentares saudáveis, masc. pl. Ver Práticas alimentares saudáveis, Segurança e qualidade dos alimentos.

Hidrogenação, fem. Processo de mudança de estado de uma gordura insaturada para uma gordura saturada e sólida, por meio da adição de hidrogênio na presença de um catalisador. Ver Gordura trans.

Higiene alimentar, fem. Conjunto de condições e de medidas necessárias para produção, processamento, armazenamento e distribuição de alimentos, a fim de garantir um alimento inócuo à saúde, seguro e saudável para consumo humano.

Hipovitaminose A, fem. Deficiência de vitamina A em nível dietético, bioquímico ou clínico, com repercussões sistêmicas que afetam as estruturas epiteliais de diferentes órgãos, sendo os olhos os mais atingidos. Nota: o termo mais atual, usado em substituição à hipovitaminose A, é deficiência de vitamina A. Ver Xeroftalmia.

Hospital Amigo da Criança, masc. Maternidades e hospitais que cumprem os “dez passos para o sucesso do aleitamento materno” preconizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

I

ICCN, masc. ⇒ Incentivo ao Combate às Carências Nutricionais.

Idiotia, fem. Retardo físico, motor e mental humano provocado pela deficiência grave de iodo no período fetal e nos primeiros meses de vida. Ver Deficiência primária de iodo.

IMC, masc. ⇒ Índice de massa corporal.

Incentivo ao Combate às Carências Nutricionais, masc. Sin. ICCN. Programa governamental que teve por objetivo geral reduzir e controlar a desnutrição e a mortalidade infantil. Notas: i) O ICCN do Ministério da Saúde se constituía em um incentivo financeiro aos municípios para aquisição de leite e óleo de soja para distribuição a crianças de 6 meses a 2 anos de idade e gestantes, em risco nutricional, e em outras ações de combate à desnutrição de acordo com o perfi l epidemiológico do município. ii) Atualmente, não está mais em vigor.

Indicador de saúde, masc. É o que proporciona informações relevantes sobre determinados atributos e dimensões do estado de saúde, bem como sobre o desempenho do sistema de saúde. Notas: i) Quando vistos de forma conjunta, os indicadores devem refletir a situação sanitária de uma população e servir para a vigilância das condições de saúde. ii) Quando gerados de forma regular e manejados em um sistema dinâmico, são ferramentas fundamentais para gestão e avaliação da situação de saúde em todos os níveis de governo.

Índice, masc. É o resultado da razão entre duas ou mais medidas, o qual, isoladamente, não fornece diagnóstico. Nota: a importância do índice é a possibilidade de interpretar e agrupar medidas, por exemplo: peso em relação à idade (P/I).

Índice de massa corporal, masc. Sin. IMC. Indicador de saúde utilizado para avaliar a adequação entre peso e altura corporais e sua relação com risco para doenças crônicas não transmissíveis. Nota: é calculado pela seguinte fórmula: IMC = P/A2, em que P é o peso corporal em quilogramas, A é a altura em metros elevada ao quadrado; o resultado é expresso em kg/m2. As faixas de classificação para adultos são: abaixo de 18,5kg/m2 – baixo peso; entre 18,5 e 24,99kg/m2 – peso adequado; entre 25 e 29,99 kg/m2 – sobrepeso; acima de 30kg/m2 – obesidade.

Índice de pobreza humana, masc. Sin. IPH. Índice composto pelos indicadores relacionados à esperança de vida, à desnutrição em menores de 5 anos, à alfabetização, ao acesso a serviços de saúde e à água potável.

Intersetorialidade, fem. Aspecto que considera a co-responsabilidade de dois ou mais de dois setores do governo em relação às causas ou às soluções dos problemas, inclusive relacionados à alimentação e nutrição.

Iodo dependente, masc. Diz-se dos distúrbios funcionais ou morfológicos (entre os quais o bócio e a idiotia) produzidos pela deficiência de iodo na água, sais e alimentos consumidos. Ver Deficiência primária de iodo.

IPH, masc ⇒ Índice de pobreza humana.

L

Light, fem. ou masc. Ver sin. Alimento light.

Lipídio, masc. Ver sin. Gordura.

M

Macronutriente, masc. Nutriente que é necessário ao organismo em grande quantidade em relação aos micronutrientes. Nota: os macronutrientes são especificamente os carboidratos, as gorduras e as proteínas amplamente encontrados nos alimentos. Ver Micronutriente; Nutriente.

Manipulação de alimentos, fem. Conjunto de procedimentos e técnicas operacionais aplicadas aos alimentos, desde o tratamento da matéria-prima até a obtenção do alimento acabado. Nota: esses procedimentos e técnicas ocorrem nas fases de processamento, de armazenamento e de transporte e de distribuição dos alimentos.

Medidas profiláticas, fem. pl. Providências tomadas para a prevenção de doenças ou de agravos nutricionais.

Medidas terapêuticas, fem. pl. Providências adotadas para corrigir situações patológicas clinicamente instaladas. Nota: essas ações visam à cura de doenças.

Megadose, fem. Grande quantidade de um medicamento ou micronutriente administrada de uma só vez, como é o caso da vitamina A. Nota: a megadose de vitamina A é administrada enquanto conduta do Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A, sem prejuízos à saúde, desde que observadas às normas e critérios específicos do programa.

Micronutriente, masc. Nutriente necessário ao organismo em pequenas quantidades (em miligramas ou microgramas) em relação aos macronutrientes. Nota: as vitaminas e os minerais são tipos de micronutrientes. Ver Macronutriente; Nutriente.

Monitoramento nutricional, masc. Ver sin. Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional; Vigilância alimentar e nutricional.

N

Nutrição, fem. Estado fisiológico que resulta do consumo e da utilização biológica de energia e nutrientes em nível celular.

Nutriente, masc. Componente químico necessário ao metabolismo humano que proporciona energia ou contribui para o crescimento, o desenvolvimento, a manutenção da saúde e da vida. Notas: i) Normalmente, os nutrientes são recebidos pelo organismo por meio da ingestão de alimentos. ii) A carência ou excesso de nutrientes pode provocar mudanças químicas ou fisiológicas. Ver Macronutriente; Micronutriente;

O

Obesidade, fem. Doença crônica de natureza multifatorial (fatores ambientais, nutricionais e genéticos) caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura no corpo, acarretando prejuízos à saúde. Ver Índice de massa corporal.

Orientação alimentar, fem. Orientação que visa à escolha, à preparação, à conservação doméstica de alimentos e ao consumo desses. Nota: a orientação alimentar considera o valor nutritivo do alimento e as indicações específicas das condições do indivíduo, a saber: a) condições fisiológicas, tais como crescimento, gravidez, lactação; b) condições patológicas, tais como, desnutrição, obesidade, diabetes, doenças carenciais; c) condições socioeconômicas, tais como acesso aos alimentos, preferências alimentares, cultura alimentar, relação valor nutritivo versus custos. Ver Práticas alimentares saudáveis.

P

Percentil, masc. Medida estatística proveniente da divisão de uma série de observações em 100 partes iguais, estando os dados ordenados do menor para o maior, em que cada ponto da divisão corresponde a um percentil.

Percentil 10 e percentil 3 da relação peso/idade, masc. O percentil refere-se à posição de um indivíduo em uma dada distribuição de referência. Notas: i) Os percentis 10 e 3, como exemplo, referem-se aos valores de peso apresentados por 10% e 3% das crianças, respectivamente, na distribuição do padrão antropométrico de referência. Dessa forma, uma criança que se encontra com pesos iguais ou inferiores a esses dois limites tem uma possibilidade maior de apresentar uma situação de distúrbio nutricional. ii) Pode-se afirmar que o percentil 10 ou o percentil 3 da relação peso/idade é a linha de separação representada no gráfico de crescimento do Cartão da Criança, indicando o limite inferior de separação entre a normalidade e a possível desnutrição ou retardo de crescimento. A visualização do gráfico esclarece bem o princípio e a aplicação da linha percentil 10 ou percentil 3.

Perigo na cadeia alimentar, masc. Agente biológico, químico ou físico, ou propriedade de um alimento que pode ter efeitos adversos sobre a saúde.

Pirâmide alimentar, fem. Guia alimentar que representa graficamente, na forma de pirâmide, seis grupos básicos de alimentos. Nota: serve de instrumento educativo para ilustrar e recomendar a proporção da alimentação e o número de porções a serem consumidas diariamente de cada um dos grupos de alimentos. Ver Grupo de alimentos.

Pontos de corte, masc. pl. Limites estabelecidos (inferiores e superiores) que delimitam o intervalo de normalidade de certa medida.

PNDS, fem. ⇒ Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde.

Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde, fem. Sin. PNDS. Pesquisa realizada com o objetivo de levantar informações atualizadas sobre os níveis de fecundidade, mortalidade infantil e materna, anticoncepção, saúde da mulher e da criança, conhecimento e atitudes relacionadas às DST e à aids. Nota: essa pesquisa foi feita pela organização Bem-Estar Familiar no Brasil (Bemfam) em
1997.

PNSN, fem. ⇒ Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição.

Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição, fem. Sin. PNSN. Pesquisa realizada com o objetivo de apurar os indicadores da situação nutricional da população brasileira. Notas: i) Essa pesquisa, feita pelo IBGE, entre junho e setembro de 1989, procurou observar quem eram os desnutridos, onde eles estavam localizados, quantos eram, qual era a gravidade da desnutrição e como estava a situação nutricional da população. ii) Os dados obtidos foram comparados com os dados do Estudo Nacional da Despesa Familiar.

POF, fem. ⇒ Pesquisa de Orçamentos Familiares.

Pesquisa de Orçamentos Familiares, fem. Sin. POF. Pesquisa que visa a mensurar as estruturas de consumo, dos gastos e dos rendimentos das famílias e que possibilita traçar um perfil das condições de vida da população brasileira a partir da análise de seus orçamentos domésticos. Nota: a pesquisa mais recente foi realizada pelo IBGE entre julho de 2002 e julho de 2003.

PNAN, fem. ⇒ Política Nacional de Alimentação e Nutrição.

Política Nacional de Alimentação e Nutrição, fem. Sin. PNAN. Política de Estado, voltada à compreensão do direito humano universal à alimentação e nutrição, que tem como propósito a garantia da qualidade dos alimentos colocados para o consumo no País, a promoção de práticas alimentares saudáveis, a prevenção e o controle dos distúrbios nutricionais e o acesso universal aos alimentos. Nota: política aprovada pela Portaria MS/GM n.° 710, de 10/6/1999.

Práticas alimentares saudáveis, fem. pl. Usos, hábitos e costumes que definem padrões de consumo alimentar de acordo com os conhecimentos científicos e técnicas de uma boa alimentação. Ver Orientação alimentar; Composição dos alimentos; Bem estar nutricional.

Precursores de vitamina A, masc. pl. Substâncias presentes nos alimentos vegetais – carotenos – que, depois de ingeridos, se transformam em vitamina.

Prevalência, fem. Número ou proporção de pessoas portadoras de um evento em um determinado momento.

Produto dietético, masc. Bebida ou alimento processado que se destina a atender a determinadas situações de interesse médico ou nutricional. Nota: por exemplo: baixo conteúdo calórico, reduzido teor de gorduras.

Produto farmacêutico, masc. Preparação farmacológica à base de nutrientes específicos, como vitaminas, ferro, iodo, zinco, etc., sob a forma de medicamentos.

Programa Bolsa Família, masc. Programa de transferência de renda – destinado a famílias em situação de pobreza e com renda per capita até R$100,00 mensais – que associa a transferência do benefício financeiro e o acesso aos direitos sociais básicos: saúde, alimentação, educação e assistência social. Notas: i) É resultado da unificação dos programas de transferência de renda do governo federal. ii) O objetivo dessa unificação é aumentar a qualidade dos gastos públicos, a partir de uma gestão coordenada e integrada, de forma intersetorial.

Programa de monitoramento da qualidade sanitária dos alimentos, masc. Programa criado com o objetivo de avaliar o padrão sanitário dos alimentos no comércio, por meio dos parâmetros físicos, químicos e microbiológicos, do nível de contaminantes e das informações de rotulagem.

Projeto Carteiro Amigo, masc. Projeto para incentivar a prática do aleitamento materno. Notas: i) É uma ação conjunta do Ministério da Saúde e da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. ii) Esse projeto surgiu no Estado do Ceará como uma estratégia para reverter o quadro de desnutrição e mortalidade infantil. iii) No ano de 2002, cerca de 16.000 carteiros, treinados por profissionais de diversas secretarias estaduais de saúde, repassaram informações básicas e distribuíram panfletos instrutivos a mães e gestantes sobre a importância do aleitamento materno.

Propriedade terapêutica, fem. Propriedade que tem determinado alimento ou fármaco de atuar, curativamente, na correção de desvios ou doenças plenamente caracterizadas.

R

Recomendações nutricionais, fem. pl. Prescrições quantitativas que se aplicam aos indivíduos para ingestão diária de nutrientes e calorias, conforme as suas necessidades nutricionais. Nota: as recomendações são determinadas por meio de pesquisas científicas.

Rotulagem nutricional, fem. Informação ao consumidor sobre os componentes nutricionais de um alimento ou de sua preparação, incluindo a declaração de valor energético e de nutrientes que o compõem. Nota: existe legislação específica elaborada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária para a rotulagem de alimentos.

S

SAN, fem. ⇒ Segurança alimentar e nutricional.

Segurança alimentar e nutricional, fem. Sin. SAN. Conjunto de princípios, políticas, medidas e instrumentos que assegure a realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde, que respeitem a diversidade cultural e que sejam social, econômica e ambientalmente sustentáveis. Nota: acrescenta-se, que, além de acesso e consumo, o organismo deve dispor de condições fisiológicas adequadas para o aproveitamento dos alimentos por meio de boa digestão, absorção e metabolismo de nutrientes.

Segurança e qualidade dos alimentos, fem. Atributos referentes à inocuidade dos alimentos e ao seu valor nutritivo. Ver Práticas alimentares saudáveis.

Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, masc. Sin. Sisvan Sistema de monitoramento da situação alimentar e nutricional da população por meio da coleta, do processamento e da análise de dados antropométricos. Notas: i) É instrumento de apoio para o diagnóstico da situação nutricional (prevalência de desnutrição e obesidade), sendo fundamental para subsidiar e estruturar efetivamente as ações de promoção de saúde. ii) Atualmente, é uma das ações que o município tem de oferecer às famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família, pois o cumprimento da agenda do setor Saúde é monitorado por meio desse sistema.

Sisvan, masc. ⇒ Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional.

Sítio sentinela, masc. Área ou comunidade que pode ser acompanhada, mediante a aplicação de um conjunto de indicadores do estado nutricional, para expressar, por analogia, a situação provável em contextos socioeconômicos e sanitários semelhantes.

Sobrepeso, masc. Excesso de peso de um indivíduo quando em comparação com tabelas ou padrões de normalidade. Nota: a obesidade é um grau bem elevado de sobrepeso. Ver Índice de massa corporal.

Suplementação alimentar, fem. Cota adicional de alimentos destinada a prevenir ou corrigir deficiências nutricionais. Ver apoio alimentar.

T

Tabela de composição químico-nutricional, fem. Tabela que informa o conteúdo dos alimentos em proteínas, gorduras, carboidratos, vitaminas e minerais de interesse da nutrição humana.

Tradições alimentares, fem. pl. Usos e costumes alimentares que se transmitem de geração a geração, segundo a cultura tradicional de determinadas etnias ou grupamentos antropologicamente homogêneos.

Transição alimentar, fem. Mudanças lentas ou rápidas que ocorrem no padrão alimentar das crianças, à medida que a amamentação vai sendo substituída por outros produtos, até atingir o padrão alimentar da família. Nota: é um período crítico em relação aos riscos nutricionais. Ver Aleitamento materno; Alimentação complementar adequada e oportuna; Alimentos complementares ou de transição; Amamentação exclusiva; Desmame.

Transição epidemiológica, fem. Mudanças que ocorrem nos perfis de morbimortalidade de uma população. Nota: o fato epidemiológico mais representativo seria a passagem do pólo desnutrição/ infecção para o pólo obesidade/doenças crônico-degenerativas.

Transtorno alimentar, masc. Distúrbio que se refere à nutrição e ao comportamento anormal de indivíduos em relação à ingestão de alimentos. Ver Distúrbios nutricionais.

U

Utilização biológica dos alimentos, fem. Processo que envolve a cadeia digestão-absorção-metabolismo-excreção ou ressíntese parcial dos alimentos nos organismos vivos. Nota: pode ser adversamente alterado pela ocorrência de doenças, compreendendo um, dois ou até todos os elos da cadeia de utilização biológica.

VAN, fem. ⇒ Vigilância alimentar e nutricional.

V

Vigilância alimentar e nutricional, fem. Sin. VAN. Coleta e análise de informações sobre a situação alimentar e nutricional de indivíduos e coletividades, com o propósito de fundamentar medidas destinadas a prevenir ou corrigir problemas detectados ou potenciais. Nota: é um requisito essencial para justifi car, racionalmente, programas de alimentação e nutrição. Ver Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional.

Vigilância de irmãos e contatos, fem. Recomendação para acompanhar, de forma atenta, dispensando os cuidados necessários (apoio ou suplementação alimentar, avaliação do crescimento, ações básicas de saúde), os irmãos e mães (considerados “contatos”) de crianças desnutridas de 6 a 23 meses. Nota: a desnutrição nessa faixa etária pode ser um indicativo de que mães e irmãos podem ser desnutridos, constituindo grupos de risco nutricional.

Vigilância nutricional, fem. Informações sobre o estado de nutrição dos grupos biológicos (crianças, gestantes) e sociais (baixa renda) mais expostos aos problemas da nutrição. Notas: i) É parte da vigilância alimentar e nutricional. ii) Pode incluir, também, situações opostas (homens e mulheres adultos e velhos com sobrepeso, obesidade e suas conseqüências). Ver Vigilância alimentar e nutricional.

Vigilância sanitária, fem. Conjunto de ações capazes de eliminar, de diminuir ou de prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e da circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde. Nota: essa vigilância abrange: a) o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde em todas as etapas, do processo de produção até o consumo; b) o controle da prestação de serviços que se relacione, direta ou indiretamente, com a saúde.

Vigilância sanitária dos alimentos, fem. Verificação da aplicação de normas e condutas objetivando assegurar a necessária qualidade dos alimentos. Ver Critério de sanidade dos alimentos.

X

Xeroftalmia, fem. Alterações oculares decorrentes da deficiência grave de vitamina A. Ver Hipovitaminose A.

Fonte: Ministério da Saúde



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